Diariamente lidamos com pessoas, diretamente ou indiretamente, e por este motivo a comunicação é nossa habilidade mais importante neste mundo interconectado pelas mais diversas formas de interação disponíveis. 

Podemos ver que a evolução da tecnologia vem aumentando nossos círculos sociais e nosso networking profissional, de forma dinâmica e rápida. Por este motivo, falaremos um pouco sobre o comportamento das pessoas, uma análise que gera informações imprescindíveis para uma melhor comunicação entre elas e o mundo.

Temos de ter em mente que em nossas vidas pessoais e profissionais temos contato com os mais diversos tipos de pessoas, o que por sua vez pode gerar um grande desafio, caso possuam perfis comportamentais diferente do seu, porém que tenham de se relacionar diariamente.

Tomaremos como exemplo um escritório, onde existe a necessidade de relação entre os colegas de profissão. Quem nunca se deparou trabalhando com pessoas que tenham comportamentos totalmente diferentes, que tomam ações que você não tomaria em hipótese alguma? Por esse motivo muitas empresas sofrem com a falta de produtividade, pois existem os mais diversos perfis em um único setor, alguns mais rápidos e dinâmicos e outros mais lentos e passivos.

Antes de começar, devemos lembrar que nenhum perfil é melhor que outro, e nenhum determina sucesso e/ou fracasso em nenhuma área em nossas vidas pessoais ou profissionais. Tendo este parágrafo bem claro, continuaremos ao artigo.

Como citado anteriormente, muitas empresas tendem a pagar o preço da produtividade ao ter um grande número de perfis diferenciados em sua equipe, mas a causa desta perda de produtividade não é dada pelos perfis e sim pela falta da habilidade correta de comunicação entre eles. 

Essa habilidade deve ser desenvolvida principalmente pelos líderes, gestores, gerentes e diretores de cada setor, mas não devemos acreditar que apenas os cargos gerenciais devam se comunicar bem, pois esta habilidade pode e vai ser utilizada em todas nossas interações sociais.

“Quem olha para fora, sonha. Quem olha para dentro, desperta.” Carl Jung

Antes de iniciarmos uma análise com as pessoas que nos cercam, precisamos analisar nós mesmos em um processo bem simples, onde poderíamos ter uma noção de qual perfil é mais forte em nós mesmos. 

Primeiro precisamos entender como são divididos os quatro perfis comportamentais primários. As informações a seguir seguem o conceito extraído do livro “As Emoções das Pessoas Normais”, de William Moulton Marston, onde é descrito com mais riqueza a teoria DiSC, que veremos de forma macro a baixo.

O DiSC trabalha com quatro perfis básico, que podem sofrer alguma alteração em suas classificações, mas não em suas características: Dominância, Influência, eStabilidade e Cautela.

Dominância: Indica como você lida com problemas e desafios.

Influência: Indica como você lida com pessoas e as influencia.

eStabilidade: Indica como você lida com mudanças e estabelece o seu ritmo.

Cautela: Indica como você lida com regras e procedimentos estabelecidos por outros.

No estudo de Marston temos descrições mais abrangentes sobre cada um dos quatro perfis básicos, que serão abordadas em outros artigos. Iremos focar a priori em princípios básicos para conseguirmos ter um bom relacionamento com cada um desses perfis.

Dominância: Pessoas com este perfil mais alto geralmente são consideradas mais agressivas, por focarem em resultados podem gerar certos conflitos para que consigam o que querem. Geralmente são líderes naturais e se esforçam ao máximo para que sua equipe se destaque das demais. 

Elas têm uma voz enérgica e alta, geralmente não demonstram muitos sentimentos na fala e acabam por se comunicarem com confiança e em um ritmo mais rápido. Pessoas com o perfil D preferem um pouco de distância e geralmente gostam de cumprimentar com um aperto de mão firme. 

Ao conversarem, olham diretamente nos olhos e não gostam de ser enrolados, gostam de ir direto ao ponto. Para o indivíduo desse perfil, nunca prometa mais do que possa cumprir e evite utilizar hierarquia ou poder, pois não vai ser efetivo, quebrando a empatia, fazendo com que a pessoa não se interesse mais em colaborar.

Influência: Pessoas com este perfil mais alto geralmente são consideradas mais extrovertidas, e por este motivo gostam de socializar. Muitas vezes não vão diretamente ao ponto, preferindo “preparar o terreno” com seu “jogo de palavras”. Geralmente são muito criativos e comunicativos, o que pode fazê-lo perder o foco rapidamente. 

Este perfil necessita ser reconhecido em meio aos colegas de trabalho. São pessoas com uma voz mais casual e amistosa, geralmente são animados e falam muito, e por muitas vezes falam até o que não deve ser dito.

Pessoas com o perfil I gostam de contato com o próximo, e além de serem extremamente expressivos, adoram gesticular com as mãos. Esse indivíduo gosta de diversão e empolgação, mas não o compare com outras pessoas ou converse sobre muitos detalhes, pois esse perfil acredita que detalhes demais são “desnecessários” e tornam as conversas muito maçantes.

eStabilidade: Pessoas com este perfil mais alto geralmente são diplomáticas, gostam de trabalhar em equipe e cooperam com a empresa no todo. Desta maneira, o perfil S tende a ser paciente e segue os procedimentos e processos bem definidos que estejam claramente especificados. Por terem facilidade em seguir as normas e regras, este perfil acaba por ter dificuldade ao encontrar problemas ou caso tenham de realizar mudanças.

Pessoas com este perfil falam de forma mais calma e calorosa, mantendo sempre estabilidade em sua fala, gostando de detalhes. Preferem se relacionar de forma mais relaxada, com pequenos gestos corporais e com um contato visual amigável. Ao conversar com uma pessoa neste perfil, evite forçar que ela responda rapidamente ou interromper suas falas, pois ele não gosta dessas ações, podendo existir quebra da empatia nesse processo.

Cautela: Este perfil retrata o mais introvertido de todos. São demasiadamente detalhistas e suas habilidades analíticas são bastante desenvolvidas, organizadas, metódicas além de possuírem um altíssimo padrão, seguem processos e diretrizes de uma forma rígida e disciplinada. 

São muito pacientes e também diplomáticos, mas acabam por vezes sendo frios e ríspidos com as pessoas, principalmente quando fazem críticas, pois tendem a ser muito assertivos, podendo gerar conflitos.

Estas pessoas tendem a ter uma fala mais devagar e controlada, parecendo algumas vezes estar distantes da conversa. O indivíduo C prefere a distância, geralmente possui uma postura firme e muito formal, procurando olhar nos olhos, e em alguns casos não costumam gesticular muito durante uma conversa. 

Gostam de falar sobre assuntos que contenham fatos comprovados e garantias que confirmem a essência da conversa. Não gostam muito de mudanças, por isso evite falar de novos projetos sem ter uma base sólida de fatos e argumentos para convencê-lo. Gosta de respostas lógicas e amam informações. Este perfil abomina desorganização.

Até aqui pudemos validar os quatro perfis básicos do DiSC, que representam de forma macro todo o comportamento humano. Para entendermos melhor é necessário informar que não somos D ou i ou S ou C, mas sim um conjunto de todos eles, somos DiSC. 

Digamos que todas as pessoas possuem os quatro perfis básicos, mas um deles vai ser o mais forte, por isso existem pessoas que se encaixam em algumas descrições de uma, duas ou até três perfis citados anteriormente. Para melhorar nossa comunicação e assim aumentarmos nossa produtividade podemos começar a “encaixar” as pessoas que trabalham conosco em cada um destes perfis.

“Tudo o que nos irrita nos outros pode levar-nos a um entendimento de nós mesmos.” - Carl Jung

Um exemplo rápido: Sou um perfil Alto D e meu gerente, é perfil Alto C, que me pede um relatório sobre determinado tema. Sabendo como as pessoas com o perfil C trabalham, meu relatório deve conter o máximo de informações e fatos possíveis, além de ter um texto bem organizado e detalhado sobre cada tópico que for mencionado no relatório. 

Se eu mandar algo sem esta riqueza de detalhes, é bem provável que o resultado final, a expectativa do meu gerente, não seja atendida. Para um perfil D o fato de não executar o serviço e superar a expectativa vai gerar desmotivação. O gerente alto C ainda pode criticar o relatório de forma ríspida e termos, talvez, o início de um desentendimento.

O exemplo citado é fictício, mas é provável que alguém já passou por algo similar, e talvez até o inverso, sendo o gerente da história. O fato de conseguirmos identificar o perfil e, a partir desse ponto, adaptarmos nossa forma de nos comunicar é essencial para que não tenhamos gastos desnecessários de energia, como um conflito ou ter um retrabalho.

O comportamento humano é muito complexo e variável, mas com o estudo que Marston nos proporcionou, podemos melhorar e dinamizar nossa comunicação, aprimorando a relação com nossas colegas de trabalho e até mesmo com nossos familiares. 




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