Há quinze anos venho realizando uma pesquisa nos ambientes corporativos, que está sendo traduzida no livro Gestor Comunicador, onde peço que as pessoas desenhem sua percepção acerca do processo de comunicação na empresa, na família e entre amigos. É larguíssima a desvantagem da comunicação empresarial.
Os percentuais de pessoas insatisfeitas com a comunicação na empresa atingem 80%. Existe uma queixa generalizada de que os gestores não facilitam em nada a comunicação com a base. Por sua vez, os gestores também reclamam de que seus líderes – presidentes/executivos/CEOs – são muitas vezes inacessíveis e dificultam o livre diálogo.
Por parte destes líderes acontece outra queixa, praticamente unânime, de que estão “sedentos” para encontrar um time de gestores intermediários que possua estrutura emocional, consistência técnica e metodologia para boas argumentações e trocas que realmente acrescentem valor nas rotinas e decisões empresariais. Neste meio ainda está a área de recursos humanos, sentindo-se frustrada na difícil tarefa de mediar estas relações.
A insatisfação com o processo de comunicação dentro da empresa vai continuar crescente se nada for feito e se não revolucionarmos comportamentos e crenças retrógradas que limitam as relações humanas. Na sociedade capitalista, nascemos emoção e nos tornamos razão. Mas estamos vivendo uma grande revolução existencial que abre as portas para o “sentir”.
Não é mais suficiente ser ou ter, a busca está pelo sentir. A terceirização da comunicação interna, inicialmente aos tradicionais informativos e murais, e agora aos meios eletrônicos, preconiza um cenário impessoal sem qualquer empatia para a contextualização dos fatos de forma a gerar mobilização do público interno. O mundo mudou sim, mas a tecnologia é apenas uma ferramenta e as pessoas continuarão sendo, enquanto o Planeta Terra existir, a mente pensante, intuitiva e espiritual.
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