Escrito por Sulivan França - 14 de Junho de 2019

A autoconsciência é a percepção das nossas emoções. Trata-se da compreensão de nossos sentimentos no momento exato em que eles ocorrem, mas de um modo neutro, sem se deixar levar.

À primeira vista, pode parecer que nossos sentimentos são óbvios. Uma reflexão mais demorada, no entanto, nos lembra das vezes em que fomos indiferentes ao que de fato sentimos, ou quando nos demos conta desses sentimentos tarde demais.

A autoconsciência é a percepção das nossas emoções. Trata-se da compreensão de nossos sentimentos no momento exato em que eles ocorrem, mas de um modo neutro, sem se deixar levar. 

Ela é a diferença entre sentir um ódio assassino contra alguém e ter o pensamento autorreflexivo: "o que estou sentindo é raiva", mesmo quando se está furioso. Esta sutil mudança de atividade mental provavelmente avisa áreas do cérebro que monitoram as emoções, o primeiro passo para adquirir algum controle. 

As pessoas adotam estilos para lidar com suas emoções. Elas são autoconscientes, ou seja, têm uma vigilância que as ajuda a administrar as emoções. Há pessoas mergulhadas, que muitas vezes ficam imersas nas emoções e incapazes de fugir delas. Por fim, existem as resignadas que, embora muitas vezes vejam com clareza o que estão fazendo, também tendem a aceitar seus estados de espírito e, portanto, não tentam mudá-los. 

A autoconsciência também é importante porque muitas decisões relevantes em nossas vidas não podem ser tomadas apenas por meio do uso da razão. Elas exigem intuição e a sabedoria emocional que acumulamos de experiências passadas. 



Manter o autocontrole é uma virtude. O objetivo é o equilíbrio e não a supressão das emoções, pois cada sentimento tem valor e significado. Quando emoções são sufocadas, geram insensibilidade e frieza. Manter sob controle sentimentos que nos afligem é fundamental para o bem-estar.

Faça um teste: avalie como você pratica a autoconsciência e o controle dos seus sentimentos. Relembre bons e maus momentos da sua relação com suas emoções. 

Dentre todas as emoções de que as pessoas querem se ver livres, a raiva e a mais rigorosa e a mais difícil de controlar. Na verdade, ela é a mais sedutora das emoções negativas. Com raiva, nossa mente é inundada de argumentos convincentes para dar razão ao sentimento. Porém, a cadeia de pensamentos que alimenta a raiva, potencialmente, é também a chave para desarmá-la e minar as convicções que a abastecem. 

Quanto mais ruminamos, mais justificativas podemos inventar para ficarmos irados. Isso alimenta as chamas da raiva. Ver as coisas de forma diferente as extingue. Reavaliar uma situação é uma forma de aplacar a raiva. O disparador da raiva é a sensação de estar em perigo. Seja ele uma ameaça física direta ou uma ameaça simbólica à autoestima ou à dignidade. Tais gatilhos disparam no cérebro emocional duas reações. Existe a imediata, do tipo "lutar ou fugir", mas, existe também uma onda que pode durar horas ou até dias e que mantém o cérebro emocional em prontidão. 

Por isso, somos propensos à raiva quando já fomos irritados por outra coisa. Assim, se você teve um dia difícil no trabalho fica mais predisposto a ter um acesso de fúria em casa, com as crianças fazendo bagunça. Algo que não te tiraria do sério em outras circunstâncias. Para intervir na raiva é preciso contestar as ideias que a dispararam. 

Quanto mais cedo a intervenção, mais efetiva. Como um extintor que dissipa as chamas antes que se alastrem. No entanto, há um momento exato para isso. A técnica funciona bem em níveis moderados de raiva. Em níveis altos, não faz diferença, pois a pessoa não consegue pensar direito.

Outro método é esperar que o surto emocional passe em um ambiente que não o alimente. Em uma discussão, por exemplo, significa afastar-se, naquele exato momento, da outra pessoa. Nesse período, a pessoa irada pode frear o ciclo de crescimento do pensamento hostil, buscando distrações. 

Faça um teste: reflita em como você se comporta quando fica com raiva. O que costuma te deixar furioso e como você poderia adotar uma estratégia para não ficar irado com isso?

Vamos passar para o sentimento de ansiedade, cujo núcleo é a preocupação. Em um certo sentido, a preocupação antecipa a ocorrência de um fato desagradável e como lidar com isso. O papel dela é projetar soluções positivas para os perigos da vida, prevendo-os antes que surjam.

O problema são as preocupações crônicas, que se repetem e nunca se aproximam de uma solução. Quando um ciclo de preocupação se intensifica e persiste,  transforma-se em perturbações: fobias, obsessões, compulsões e ataques de pânico. 

Estudos indicam que preocupados crônicos ficam ruminando suas preocupações em um interminável ciclo de angústia. Como envolvem a amígdala cortical, que rege as emoções no cérebro, as preocupações crônicas aparecem sem serem chamadas e persistem assim que surgem. 

A preocupação moderada tem como ser controlada. O primeiro passo é identificar os indícios de ansiedade e os pensamentos que geram preocupação. Após isso, é preciso treinar métodos de relaxamento para aplicá-los no momento em que se percebe o início da preocupação. Ao praticar, a pessoa poderá usá-los na hora que mais precisar.

Mas só relaxamento não basta. O preocupado também deve assumir uma posição crítica. "Será que esta preocupação pode se materializar?" "Há medidas construtivas a tomar?" Combinar atenção e ceticismo saudável atua como freio. Pessoas com preocupações severas devem ser prudentes e recorrer à medicação para interromper o ciclo.

Faça um teste: o que te causa preocupação e como você costuma lidar com isso? Pense em táticas para mudar sua relação com a ansiedade que possam ser usadas no futuro.

Um dos estados de espírito do qual as pessoas mais se esforçam para se livrar é a tristeza. O luto é útil, por nos fazer meditar sobre a perda e realizar ajustes psicológicos e novos planos. Já a depressão total é terrível. Nela, a vida é paralisada e nenhum recomeço pode ser visualizado. Medicação e psicoterapia são as armas para combatê-la. 

A tristeza comum, porém, pode ser controlada. Uma tática é ter vida social. Fazer algo com a família ou os amigos evita que a pessoa fique sozinha, algo que pode acrescentar à tristeza uma sensação de solidão e isolamento e, assim, agravar o quadro.

Há duas estratégias eficazes no combate da tristeza. Uma é aprender a contestar os pensamentos centrais da ruminação, questionando sua validade e pensando em alternativas positivas. 

A outra é programar acontecimentos agradáveis, que distraíam. Como as ideias depressivas são automáticas, invadem nossa mente sem serem convidadas, desse modo a distração funciona. A escolha também é importante, já que estudos comprovaram que pessoas deprimidas tendem a escolher atividades melancólicas ao tentar se distraírem, como um romance trágico ou um filme dramático. E o baixo astral persiste. 

Distrações podem romper a cadeia de pensamentos que mantém a tristeza. As mais eficazes são as que mudam o estado de espírito: um acontecimento esportivo emocionante, um filme cômico ou um livro estimulante. Outras, porém, podem perpetuar a depressão.

Estudos com pessoas que veem muita TV constataram que, após passarem muito tempo em frente as telas, tornam-se ainda mais depremidas. Já o exercício aeróbico é uma tática eficaz para interromper a depressão leve, uma vez que estimula o corpo. 

Eficiente contra a ansiedade, o relaxamento pode não funcionar muito bem para a depressão, pois colocam o corpo em estado de baixa estimulação. Outro antídoto para a melancolia é ver as coisas de uma maneira diferente. Por exemplo, é natural lamentar o fim de um relacionamento. 

Mas, ficar remoendo isso pode causar angústia. Em vez disso, a pessoa pode procurar avaliar aquela relação e ver aspectos que demonstram que ela não era tão sensacional assim, como, por exemplo, as coisas em que os dois não combinavam. Assim, ao ver a perda de um modo diferente, ela pode se imunizar contra a tristeza. 

Faça um teste: quando e por que você costuma ficar triste? Estabeleça uma estratégia para lidar com a melancolia e não permitir que pensamentos depressivos venham a te afetar. 


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