Coaching a distância?
Uma parte fundamental do processo de coaching é a comunicação não-verbal. Muito do que se é comunicado entre as pessoas é feito não pelo exercício da fala, mas sim do gestual. Trata-se de algo comprovado por diversos especialistas no assunto.
Acenos de cabeça, postura corporal, movimento de braços e outros movimentos passam muitas informações. Os processos de coaching à distância não captam essas informações valiosas. Por isso, qualquer processo de coaching deve ser feito presencialmente.
Como processo de desenvolvimento humano, ele carece de um contato intenso, não podendo ser desenvolvido à distância. E não é só por causa das informações fornecidas pela comunicação não-verbal que o processo de coaching à distância deve ser evitado.
O coach também precisa estar atento às influências do ambiente no processo, entre outras questões importantes. Portanto, para que o processo atinja os resultados esperados, coach e cliente devem compartilhar o mesmo espaço físico.
A importância da escolha do local
Deve-se acrescentar que o local precisa ser propício para uma relação aberta, possibilitando uma comunicação franca. É importante ainda que não haja interrupções e nem o temor de que outras pessoas ao redor intimidem o coachee (cliente).
Numa sessão coaching à distância, o profissional não é capaz de medir e controlar a influência do ambiente no comportamento do orientado. Uma das questões importantes do processo é a atitude de igualdade que o coach precisa ter em relação ao coachee.
O coach deve tomar cuidado para se colocar como um apoiador, nunca como um tutor ou algo parecido. Por isso, a posição indicada no processo de coaching é que ambos se sentem lado a lado, como dois jogadores que atuam juntos, em suporte um do outro.
Na comunicação à distância, este efeito torna-se impossível. É fundamental, portanto, que o coach tenha a preocupação de manter o contato presencial com seu aluno. Em casos de inviabilidade de estarem juntos, algumas sessões até podem ser passadas à distância.
Mas transformá-las em uma prática rotineira de atendimento à distância pode prejudicar o resultado final do processo de coaching. O sucesso de qualquer abordagem é fruto do cuidado com muitos detalhes e no coaching isso não é diferente.
Objetivos que devem ser alcançados na sessão
Não se resolve um problema com o mesmo tipo de pensamento que o criou. Pensar em uma solução envolve encontrar uma nova maneira de agir. E, por meio do coaching, coach e coachee juntos criam estratégias para que isso aconteça.
O coach é o profissional que trabalha na resolução de um problema. Além disso, entre os papéis do coach está: auxiliar o cliente a focar na melhor maneira de encontrar uma saída para, o que o impede de progredir, ajudá-lo a atingir seus objetivos.
Ele também apoia a melhoria na área de atuação do cliente e o desenvolvimento de estratégias para sua vida profissional. Outro ponto a ser considerado é que, enquanto para algumas pessoas, uma determinada situação é um problema, para outras, pode não ser.
Existem pessoas com um perfil de se acomodar diante de uma determinada situação. Neste caso, elas terão pouca motivação para tomar iniciativa e vencer aquilo que as incomoda em maior ou menor grau. O coach deve ter tudo isso em mente.
O profissional que aplica o coaching é capaz de induzir o coachee a ter pensamentos positivos e que proporcionam bem-estar. Trilhar o caminho entre o estado atual e o estado desejado, tendo como foco o resultado final, pode ser prazeroso, construtivo e motivador.
A comunicação do coach
Buscar diálogos que sejam mais satisfatórios e eficientes é algo que envolve muitos pontos, segundo especialistas. Por isso, trata-se de algo que vem inspirando uma ampla variedade de trabalho de pesquisadores e terapeutas na área de comunicação.
Aprender a escutar os outros de forma intensa proporciona maior confiança, aspecto fundamental no processo de coaching. Além disso, é algo que pode ser aplicado para elaborar soluções que tragam satisfação a um número maior de pessoas.
Existem diversas técnicas para escutar melhor e que permitem que as pessoas se tornem mais atenciosas. Dessa maneira, em uma conversa, passa-se ao outro a convicção de que se compreendeu verdadeiramente o que ele está sentindo.
Exercitar nossa habilidade de expressão ajuda a questionar o que se quer de uma forma mais calma e clara. Ou seja, com muito mais assertividade. Com isso, a probabilidade de se alcançar os objetivos almejados aumenta exponencialmente.
Estrutura de diálogo em coaching
Existem vários modelos que descrevem o diálogo que se desenrola no processo de coaching. O mais usado é o desenvolvido pelo coach Sir John Whitmore, conhecido como modelo GROW, sigla formada pelas iniciais das palavras com origem na língua inglesa.
São elas Goals (metas), Reality (realidade), Options (opções) e What (que). Ele simplifica uma grande quantidade de observações sobre o diálogo “de” e “para a” aprendizagem. Muitas pessoas praticam efetivamente o diálogo na sequência que a sigla propõe.
No entanto, o coach eficiente entrelaça esses elementos de maneira diversificada. A ideia é se basear na observação de por onde será mais proveitoso que o coachee comece. Tais escolhas são fruto da experiência do coach e fazem a diferença nos resultados.
Níveis de diálogo em coaching
A experiência de muitos profissionais da área sugere que há alguns níveis de diálogo. Eles são usados para apoiar o coachee na construção de seu entendimento, identificação de maneiras para avançar e assumir o controle de seu próprio desenvolvimento:
O diálogo de aprendizagem: destina-se a construir o vínculo entre os interlocutores e um elo de confiança, que é o esteio de um relacionamento eficiente de aprendizagem.
O diálogo técnico: apoia o coachee na compreensão dos sistemas e processos essenciais à realização da tarefa.
O diálogo tático: dá suporte ao coachee na elaboração de maneiras práticas de tratar das questões que surgem no trabalho ou em outras áreas de sua vida.
O diálogo estratégico: torna o processo mais profundo, oferecendo uma oportunidade para examinar o contexto e o quadro geral subjacentes a uma questão, e para desenvolver soluções de longo prazo.
O diálogo de autopercepção: desloca o foco da conversa do ambiente externo para o interior do coachee. Esse tipo de conversa pode analisar de qual maneira o coachee está contribuindo para os problemas que enfrenta.
O diálogo de mudanças de comportamento: recorre a esses insights e aplica-os a percepções e esclarecimentos externos a fim de compor um plano estruturado para adaptar o coachee a seu meio ambiente.
Conclusão
A prática do coaching tem como pilar a interação interpessoal, que vai além das palavras e abrange a comunicação não-verbal. Esse elemento é amplamente reconhecido como uma parte vital no estabelecimento de uma conexão eficaz entre coach e coachee.
Os gestos, postura corporal e movimentos são elementos que fornecem uma riqueza de informações em um diálogo. No entanto, no contexto do coaching à distância, esses aspectos fundamentais não são captados, resultando na perda de informações valiosas.
Esse fato demonstra a importância do contato presencial para que a comunicação não-verbal seja efetiva. Além da comunicação não-verbal, o ambiente é outro fator que desempenha um papel essencial no processo de coaching.
O local escolhido para as sessões presenciais deve propiciar uma atmosfera aberta e de comunicação transparente. Trata-se de um aspecto importante para o processo. Entretanto, no cenário à distância, o controle sobre o ambiente do coachee é limitado.
A igualdade na relação entre coach e coachee também é fundamental para o sucesso do processo, o que torna crucial o contato físico. O processo de coaching visa solucionar problemas e desenvolver estratégias para que o coachee alcance suas metas.
Envolve induzir o cliente a adotar pensamentos positivos e construtivos para alcançar o estado desejado. No entanto, a comunicação presencial é um fator decisivo para essa empreitada, visto que o coach atua na resolução de problemas e motivação do cliente.
Aprimorar a habilidade de comunicação intensa e ouvir com atenção são habilidades vitais para o coach. A busca por diálogos mais satisfatórios envolve diversos aspectos e promove maior confiança, elemento-chave no processo de coaching.
Além disso, a prática de exercitar a expressão e a escuta aprimora a assertividade na troca de informações, contribuindo para o alcance dos objetivos. Os diálogos estabelecidos no coaching seguem modelos estruturados para melhor desenvolvimento do processo.
O modelo GROW, popular na área, simplifica a comunicação, mas coaches experientes entrelaçam seus elementos de maneiras diversas. Outro ponto é que existem níveis distintos de diálogo que são fundamentais para o progresso do coachee.
Evolução que Conecta Pessoas ao Sucesso
Com mais de 23 anos de experiência, Sulivan França é referência em gestão de pessoas e desenvolvimento humano. Fundador da SLAC Educação e líder de empresas como Human Solutions Brasil, ele já impactou mais de 98.000 pessoas no Brasil e na América Latina, transformando vidas e negócios.
Formação e Especialidades
Sulivan combina expertise em Neurociências, Psicanálise e Gestão de Recursos Humanos, com uma visão estratégica apoiada por um MBA em Gestão Empresarial e Planejamento Tributário, alinhando crescimento sustentável, bem-estar e estratégia.