Desenvolvendo níveis de consciência com coaching – Saúde

Níveis de consciência em coaching

Nesse texto, vamos abordar as transições dos níveis de consciência em coaching, um aspecto importante do processo. Os exemplos apresentados a seguir vão ajudar você a transferi-los para o seu papel de coach e para a vida em geral.

Cada exemplo traz um estágio de desenvolvimento, sendo que todos os estágios estão presentes em todas as áreas da vida (mente, corpo, cultura e comportamento). Além disso, também estão presentes nas linhas de desenvolvimento que existem nelas.

Vou apenas apontar o caminho: cabe a você descobrir os pontos de aplicação. De outro modo, eu estaria sendo restritivo e aplicando um raciocínio do tipo “como se”. Vamos conhecer as relações entre os níveis de consciência e a saúde.

Saúde

Na área da saúde, ofereço uma explicação sobre o desenvolvimento de “como se” (pensamento operacional) para “e se?” (pensamento operacional formal). E o exemplo a seguir trata especialmente da saúde mental e emocional.

Exemplo: um coachee tinha problemas com a companheira, o que causava desconforto emocional, levando a manifestações fisiológicas. Entre os efeitos diretos dessa situação estavam mau funcionamento do intestino e insônia.

Os dois tentaram se entender, mas sem sucesso; todas as opções falharam. Como indicação do pensamento “como se”, o coachee percebeu que cada um se preocupava com as próprias necessidades. Isso sem levar em consideração o ponto de vista do outro.

Por mais que se esforçassem, no entanto, cada um deles se apegava cada vez mais às suas próprias opiniões. Durante a sessão de coaching, o coach delicadamente levou o coachee a colocar-se “no lugar do outro”.

De início, ele relutou, mas acabou cedendo diante das perguntas: “Quando você fala, o que acha que acontece?” e “Se você estivesse ouvindo, o que estaria pensando e sentindo?” Assim, o coach conseguiu uma mudança para o pensamento “e se?”.

Neste caso, em vez de agir como se somente as necessidades do coachee tivessem importância, fez com que ele pensasse no que acontecia àqueles que o cercavam. Como resultado, ele pôde perceber aspectos que lhe haviam passado despercebidos.

E isso reduziu a tensão interna. Com o apoio psicológico do coach, o coachee conseguiu melhorar o relacionamento. Vamos procurar entender melhor como funcionam os níveis de consciência no processo de coaching.

Níveis de consciência em coachingNíveis de consciência em coaching

Jean Baker Miller, no livro Toward a New Psychology of Women (“Rumo a uma Nova Psicologia da Mulher”, numa tradução livre), explica que: “Problemas psicológicos são causados mais pela privação da consciência total do que pelo inconsciente”.

E o autor prossegue: “se tivéssemos, ao longo da vida, caminhos para uma consciência mais válida, se tivéssemos termos mais preciosos para conceitualizar o que acontece, se tivéssemos mais acesso às emoções produzidas e se tivéssemos meios de conhecer nossas verdadeiras opções – poderíamos programar melhor a ação”.

Por fim, Miller conclui: “com a falta de uma consciência total, trabalhamos com o que temos disponível”. Com esse propósito, explicamos a seguir as três principais transições com que um coach integral pode ajudar o coachee a expandir sua consciência e escolhas.

Em seu trabalho como coach, você talvez nunca tenha precisado rotular essas transições, como será feito a seguir. Mas se puder “apontar” para si ao mesmo tempo, vai começar a perceber como está operando os vários níveis de consciência.

Se preferir discutir o assunto em uma abordagem do tipo coaching integral, a capacidade de empregar a linguagem apropriada vai possibilitar a você e aos seus coachees um entendimento comum do que está acontecendo.

Ao mesmo tempo, a linguagem leva você a uma maior empatia, percebendo em que ponto a pessoa está e onde poderia estar. Robert Kegan é um escritor que acredita ver em cada estágio do nosso desenvolvimento uma impressão diferente no mundo.

Ele começa dizendo: “Se quer conhecer um indivíduo de modo fundamental, procure saber em que ponto de sua evolução ele está”. E continua afirmando que o objetivo primeiro desta investigação é saber “como o outro compõe sua realidade particular”.

Em seguida, devemos voltar nossa atenção para os níveis dessa realidade, e não só para ideias e sentimentos. Esta seção está baseada no trabalho de Kegan, mas inclui também termos tradicionais empregados pelo psicólogo Jean Piaget, para descrever o estágio.

Mais uma vez, começo com uma visão geral de toda a teoria, mas o tema do coaching está presente ao longo de todo o texto. Além disso, os exemplos de “saltos”, desenvolvimentos e transformações são meus.

Níveis de consciência em coaching
Coach integral sistêmico

Para prosseguir, é preciso dizer que o coaching integral é uma modalidade do coaching que compreende o estudo sistêmico do cliente. Nesse processo, o coach conduz o coachee a explorar e desenvolver questões relativas à sua vida pessoal ou profissional.

Faz isso, levando o cliente a descobrir e abrir caminhos para novas possibilidades e percepções sobre a sua vida. Dito isso, lembro-me de ter conversado com um lama tibetano que me disse que os lamas precisam reconhecer as neuroses de seus alunos.

Além disso, os lamas devem ter interesse genuíno por essas neuroses. Tudo isso no sentido de perceber como os alunos contribuem para o sofrimento em suas vidas. Durante o processo de coaching integral, ocorre algo similar.

O coach deve reconhecer e avaliar o atual nível de personalidade do coachee e, ao mesmo tempo, ajudá-lo a alcançar o próximo nível (durante o coaching). Acredito que o nível de interesse do coach seja um fator crucial para o processo como um todo.

É esse interesse que inspira o coachee a explorar suas opções enquanto se sente “amparado”. Existem três condições importantes e necessárias a este tipo de relacionamento: ser genuíno, aceitar e compreender. Vamos ver em detalhes.

Ser genuíno

Significa “preciso estar consciente dos meus próprios sentimentos…” em vez de apresentar uma fachada diante do outro, guardando uma outra atitude num nível mais profundo ou inconsciente. Não é, certamente, uma tarefa simples.

Aceitar

Significa um respeito por gostar dele (o coachee) como uma pessoa em separado, um desejo de que ele possua seus próprios sentimentos, do seu próprio jeito. Trata-se de uma aceitação e uma consideração por suas atitudes do momento.

E isso sejam elas negativas ou positivas, sem julgar o quanto possam contradizer outras atitudes demonstradas por ele no passado.

Compreender

Significa uma profunda compreensão do mundo do coachee, como se o enxergasse através dos olhos dele; visualizar os pensamento e sentimento do coachee como ele os vê e, então, aceitar o que é visto. Não existe qualquer avaliação… de ordem moral.

Quero enfatizar, mais uma vez, que o coaching integral não é o mesmo que terapia, mas um relacionamento entre duas pessoas que mudam definitivamente. Quando um carro percorre uma estrada, a tendência é pensarmos que o carro é que está agindo sobre a estrada.

Essa é a visão de uma relação unilateral e pode ser análoga à do professor que continua a ensinar da mesma maneira, qualquer que seja o aluno. Se, no entanto, pensarmos que o carro, além de afetar a estrada, é afetado por ela, achamos uma relação de reciprocidade.

Ao passar todo dia pela estrada, passando em buracos, o carro começa a ser afetado: os pneus se desgastam e a suspensão fica cada vez mais comprometida. Já o carro afeta os buracos da estrada ao passar por eles, tornando-os mais fundos e maiores.

Algo similar acontece no relacionamento entre coach e coachee – como afeta a ambos, não pode ser unilateral. O conteúdo acima possui informações de “Coaching Integral”, de Martin Shervington (Editora Qualitymark, 2006).

Níveis de consciência em coachingConclusão

Desenvolver níveis de consciência por meio do coaching é essencial para transcender desafios e alcançar uma compreensão mais profunda de si mesmo e dos outros. É importante explorar as transições nos níveis de consciência.

Ao fazer isso, percebemos que essas mudanças não se limitam a uma área específica, estendendo-se à mente, corpo, cultura e comportamento. Na esfera da saúde, o coaching revela seu impacto ao promover a transição do pensamento “como se” para o “e se”.

Um exemplo prático ilustra como a abordagem integral pode transformar um relacionamento tumultuado, evidenciando a interconexão entre saúde mental, emocional e física. Os níveis de consciência em coaching são inspirados por Jean Baker Miller e Robert Kegan.

O conceito destaca que a privação da consciência total é a fonte de muitos problemas psicológicos. Entender as transições entre esses níveis capacita os coaches a guiar os coachees na expansão de suas perspectivas e escolhas.

No contexto do coaching integral sistêmico, a abordagem vai além, exigindo que o coach compreenda o cliente em sua totalidade. Ser genuíno, aceitar e compreender são as condições fundamentais para construir um relacionamento sólido.

Isso permite ao coachee explorar suas opções com mais confiança, por exemplo. O coaching integral não é uma via de mão única; trata-se de uma jornada recíproca onde coach e coachee são mutuamente influenciados.

Assim como um carro afeta a estrada e é afetado por ela, o relacionamento de coaching é uma troca dinâmica que molda ambos os participantes. Desenvolver níveis de consciência por meio do coaching é algo que impulsiona o crescimento individual.

Além disso, também fortalece as relações interpessoais e promove uma compreensão mais profunda do mundo ao nosso redor. Essa abordagem integral e sistêmica oferece um caminho valioso para alcançar uma consciência mais plena e significativa.

Autor

Evolução que Conecta Pessoas ao Sucesso

Com mais de 23 anos de experiência, Sulivan França é referência em gestão de pessoas e desenvolvimento humano. Fundador da SLAC Educação e líder de empresas como Human Solutions Brasil, ele já impactou mais de 98.000 pessoas no Brasil e na América Latina, transformando vidas e negócios.

Formação e Especialidades

Sulivan combina expertise em NeurociênciasPsicanálise e Gestão de Recursos Humanos, com uma visão estratégica apoiada por um MBA em Gestão Empresarial e Planejamento Tributário, alinhando crescimento sustentável, bem-estar e estratégia.

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