No que se refere aos sentimentos, crianças extraem grandes e profundas lições de situações de estresse emocional, como as que geram angústia. Por exemplo, quando pais brigam na frente dos filhos, sem atentar-se para o impacto disso, as crianças podem concluir que eles e ninguém no mundo se importam com os seus sentimentos, qualquer que seja a circunstância.
Quando experiências desse tipo se repetem muitas vezes durante a infância, transmitem algumas mensagens emocionais fundamentais que levamos para toda a vida, lições que podem determinar o curso dela. Na vida em família iniciamos a aprendizagem emocional. É nesse caldeirão íntimo que aprendemos como no sentir em relação a nós mesmos e como os outros vão reagir aos nossos sentimentos.
Nele, aprendemos como avaliar nossos sentimentos e as respostas a eles. Também descobrimos como interpretar e manifestar nossas expectativas e temores. Tomamos conhecimentos de tudo isso através do que nossos pais fazem e nos dizem. Porém, isso também ocorre ao ver o modelo que oferecem quando lidam, individualmente, com suas próprias emoções na vida conjugal. Alguns pais são professores emocionais talentosos. Outros, são péssimos.
Está comprovado que a forma como os genitores tratam os filhos tem consequências profundas e duradouras para a vida afetiva da criança. Recentemente, ficou claro o quanto ter pais emocionalmente inteligentes é benéfico para a criança. A maneira como o casal lida com os seus sentimentos, além do trato direto com a criança, passa poderosas lições para os filhos. Os pequenos são aprendizes inteligentes, sintonizados com os mais sutis intercâmbios emocionais da família.
Faça um teste: reflita como era a relação dos seus pais, sob o ponto de vista emocional, e como eles passaram para você a importância de saber lidar com os nossos sentimentos.
Casais mais competentes, do ponto de vista emocional na relação conjugal, são mais eficazes quando o tema é ajudar o filho a lidar com os sentimentos. Há três padrões mais comuns de pais inábeis emocionalmente:
Há os que ignoram qualquer tipo de sentimento do filho. Consideram a perturbação emocional dele como algo banal ou que os chateia, uma coisa que passará com o tempo. Não aproveitam o momento para se aproximar do filho e ajudá-lo.
Existem os que sabem o que o filho está sentindo, mas acreditam que qualquer que seja a forma com que a criança vá lidar com a tempestade emocional está ótimo. Raramente intervêm para sugerir ao filho um sentimento diferente.
Por fim, há os rigorosos, que não respeitam o que a criança sente. São severos nas críticas e castigos. Podem, por exemplo, proibir qualquer manifestação de raiva.
Existem, porém, pais que aproveitam um momento de perturbação do filho para agir como uma espécie de treinador ou mentor emocional. Levam os sentimentos do filho tão a sério que fazem tudo para entender o que exatamente se passou e para ajudá-lo a encontrar uma forma de não se sentir tão mal. Para serem treinadores tão eficientes, os próprios pais devem ter uma compreensão profunda sobre os princípios da inteligência emocional.
Embora algumas aptidões emocionais sejam aperfeiçoadas com os amigos ao longo da vida, pais emocionalmente aptos podem fazer bastante coisas para ajudar os filhos em relação a cada um dos elementos básicos da inteligência emocional, como, aprender a reconhecer, controlar e canalizar os sentimentos ou ter empatia ao lidar com os sentimentos que afloram em seus relacionamentos.
Pais emocionalmente aptos têm melhor relacionamento com os filhos, além de mais afeição e menos tensão, quando comparados com pais inaptos em relação aos sentimentos. Essas crianças são hábeis em lidar com as próprias emoções, viram pessoas mais eficazes na procura de alívio para suas perturbações e perturbam-se com menos frequência.
Têm ainda baixos níveis de hormônios de estresse, são mais sociáveis, menos agressivas e mais atentas, consequentemente, aprendem melhor. Tudo isso é reflexo de estímulos recebidos desde os primeiros anos de vida. As aptidões emocionais que, posteriormente, as crianças adquirem formam-se em cima daquelas apreendidas nos primeiros anos.
Os pais precisam entender como a sua atuação pode gerar confiança, curiosidade, prazer na aprendizagem e a definir limites para que seus filhos lidem bem com a vida. Os três ou quatro primeiros anos de vida são um período em que o cérebro da criança cresce até cerca de dois terços de seu tamanho final. É nesse período que os principais tipos de aprendizagem ocorrem mais facilmente. E o conhecimento emocional é a mais importante.
Um estudo mostrou que pais violentos e com histórico de agressividade têm filhos também encrenqueiros na vida. A família era um local de aprendizagem da agressão, que acaba sendo passada de geração em geração. Algo similar ocorre com crianças vítimas de maus-tratos, aquelas que foram agredidas fisicamente têm menos empatia na relação com colegas e respondem à perturbação com raiva e violência.
Além disso, crianças submetidas à hostilidade desenvolvem traumas que podem deixar marcas duradouras no cérebro. Os momentos aterrorizantes vividos tornam-se lembranças impressas nos circuitos emocionais. Por sua vez, tais memórias tornam-se gatilhos sensíveis, prontos para soar o alarme ao menor sinal de que o momento temido está para acontecer mais uma vez. Esse fenômeno é uma marca característica de todos os tipos de traumas emocionais, incluindo os repetidos maus-tratos físicos na infância. Terapia e medicamentos estão entre as armas para superar a força de um trauma.
Faça um teste: pense em acontecimentos traumáticos pelos quais você tenha passado ou pessoas que você conhece tenham vivido. Que impacto isso teve para você ou para elas?
Além dos traumas, as emoções causam impacto no corpo e saúde do ser humano. O estresse, por exemplo, acaba com a resistência imunológica. Pessoas que sofrem de ansiedade crônica, longos períodos de tristeza, pessimismo, incessante desconfiança ou desgosto correm maior risco de contrair doenças como asma, artrite, dores de cabeça, úlceras e males cardíacos. Raiva, rancor, ansiedade e tensão fazem mal ao coração. Depressão também exerce influência em muitos outros males, sobretudo no agravamento de uma doença, depois de iniciada.
O otimismo e a esperança, ajudam na recuperação de problemas de saúde, em comparação com pacientes pessimistas. O isolamento também é nocivo. Pessoas que têm com quem contar apresentam saúde preservada, ao contrário de quem não tem apoio emocional.
A boa notícia é que padrões emocionais aprendidos podem ser mudados. Temperamento não é destino. Embora estudos demonstrem que crianças muito sensíveis e acanhadas se tornam adultos tímidos e medrosos, é possível mudar isso com as experiências adequadas. O que é importante são as lições e respostas emocionais que as crianças aprendem durante o seu desenvolvimento.
Para criança tímida, o que importa no início é como ela é tratada pelos pais, e como aprende a lidar com sua timidez natural. Os pais que criam, de forma gradual, situações para que os filhos tenham experiências encorajadoras, estão lhes proporcionando uma espécie de corretivo para o seu medo e para toda a vida.
Pais que protegem filhos tímidos de qualquer coisa perturbadora endossam o medo, pois, provavelmente, privam as crianças de oportunidades para aprenderem a superar esse sentimento. Uma das mais essenciais lições emocionais, aprendida primeiro no início da infância e durante toda ela aprimorada, é como consolar-se quando perturbado.
No bebê, o consolo vem de quem cuida deles. Ao chorar, é pego no colo pela mãe que o balança e o acalma. Essa sintonia ajuda a criança a aprender a fazer o mesmo sozinha. Quanto mais isso se fortalece maior será o controle da perturbação e, assim, por toda a vida, ele saberá se consolar quando perturbado.
Faça um teste: quais sentimentos você gostaria de mudar na sua vida? Avalie o que poderia fazer para se livrar das emoções que te desagradam e que benefícios isso iria te trazer.
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