Ao longo de toda a sua história, o ser humano sempre funcionou melhor quando se sentiu verdadeiramente motivado. Toda a evolução humana é fruto de algum tipo de estímulo. E quando pensamos nos dias atuais é preciso ter cada vez mais consciência da importância da motivação no ambiente de trabalho. Tanto para buscar bons resultados como para encontrar verdadeiro sentido para cumprir rotinas que, muitas vezes, são desgastantes.
É sabido que a falta de motivação pode gerar impactos no dia a dia das empresas. Por isso, no universo corporativo é fundamental buscar meios de manter os colaboradores motivados. Independentemente da área de atuação, para qualquer empresa é essencial desenvolver um processo de motivação consistente que envolva todos os colaboradores.
Algo que pode ajudar com que cada peça na engrenagem se sinta valiosa e queira sinceramente fazer parte do todo. Por tudo isso, é hora de a motivação organizacional entrar definitivamente no radar dos líderes. É necessário, no entanto, que seja uma motivação intrínseca, verdadeira, real.
Para os recursos humanos é vital que isso não seja algo apenas dito, mas praticado de forma concreta. A motivação no trabalho é aquele combustível que faz com que o colaborador se empenhe para produzir mais. Por exemplo, dividir o tempo de forma equilibrada entre lazer, trabalho e estudos é o primeiro passo para se manter motivado e satisfeito, mas é preciso ir além.
Na profissão, por mais que o trabalho seja gratificante e bem remunerado, uma hora o desgaste pode fazer mal. É neste momento que se faz necessário refletir e encontrar mecanismos que tragam de volta a inspiração e a vontade de ir além. Um estudo sobre força de trabalho, realizado pela Willis Towers Watson, indicou que 30% dos profissionais brasileiros se sentem insatisfeitos com as funções exercidas, e somente 28% se declararam altamente motivados. São dados expressivos.
O problema é que, em certo ponto, não é mais possível encontrar, sozinho, motivações no trabalho. E as grandes organizações estão atentas a isso, tanto que cresce, cada vez mais, os investimentos em material humano. Para os grandes empresários, está claro que apenas fornecer boa infraestrutura não é mais garantia de sucesso.
Com a concorrência cada vez mais acirrada, as diferenças que fazem as organizações faturarem mais, em comparação a outras do mesmo segmento, são mínimas. Profissionais com excelentes currículos todas elas podem ter, o que não significa que eles darão o melhor de si. Eles precisam ser estimulados.
Prova disso é que estudos na área de comportamento humano mostram resultados semelhantes quando as motivações no ambiente corporativo são pesquisadas. Ou seja, o colaborador precisa ter um bom relacionamento com os colegas, necessita ser reconhecido pelo chefe como bom profissional e é importante gostar de cumprir atividades que o desafiem a ir mais além.
Como ter motivação
Encontrar o foco e se manter motivado no trabalho se torna mais fácil se algumas atitudes forem adotadas. Entre as dicas estão:
- Aceite que existe falta de motivação. Reconhecer o problema é o primeiro passo;
- Trabalhe naquilo que te faça bem. Algo que exige reflexão e autoconhecimento;
- Entenda que perder o foco ao longo do caminho é normal, e pode ser restabelecido;
- Mas considere que será difícil gostar da atividade se a profissão nunca o agradou;
- Busque ter momentos de lazer. Dinheiro nada adianta se não existir vida social;
- Descanso e ter prazeres são essenciais para que o trabalho faça sentido.
Afinal, o que é motivação?
Você já conheceu alguma pessoa que, apesar de enfrentar obstáculos, nunca perdia o foco em seus objetivos? Ou já viu alguém que sempre consegue manter o esforço para chegar aonde quer?
O que diferencia esses indivíduos de outros, que se perdem diante das dificuldades ou não avançam por absoluta falta de empenho? Acertou quem disse motivação, ou seja, aquilo que motiva uma ação. Motivo, do latim motivus, é "relativo ao movimento".
Por isso, a motivação pode ser compreendida como o combustível que faz uma pessoa manter seus esforços em atividade. A motivação é ainda definida como a energia que faz com que o indivíduo permaneça com a sua mira apontada para o que é relevante.
Mas como será que a automotivação funciona? Segundo especialistas, a motivação flui no cérebro em um processo de três etapas: planejamento, aceleração e impulso. O ponto de partida consiste em mapear a rota que você irá percorrer até a meta, que é o seu destino final.
Para isso, o cérebro analisa informações, considera todas as hipóteses possíveis atrás da que é mais benéfica, avalia os riscos envolvidos e calcula os resultados prováveis. Por fim, a mente se detém ao melhor objetivo diante das circunstâncias.
Quando essa primeira etapa é concluída, ou seja, o alvo está definido, você está pronto para acelerar com sua motivação. Neurotransmissores, como a dopamina, entram em cena. É ela que age no cérebro e se traduz como a "vontade de fazer alguma coisa", ao mesmo tempo em que convoca outras áreas da sua mente para a atividade.
Regiões cerebrais são motivadas por uma antecipação da recompensa relacionada ao resultado bem-sucedido. Você está pronto para se movimentar da intenção à ação. Estudos usando ressonância magnética mostraram como o cérebro motivado se comporta e quais áreas são acionadas.
Por fim, a terceira e última etapa é o impulso. Com a rota estabelecida e o combustível verificado, é hora de partir para a ação. No entanto, você não sairá correndo de qualquer jeito ou para qualquer lado. Muito pelo contrário, você irá caminhar por uma direção específica, orientado pela meta escolhida.
Sempre que você elaborar um novo objetivo em sua vida, um novo ciclo motivacional terá início. Durante este processo, você pode avançar ou recuar entre as fases. Mas será necessário passar por todo o trajeto de planejamento, aceleração e impulso para conseguir encontrar seus objetivos.
Isso vale para tudo, seja perder peso, aprender um novo idioma ou dar um passeio no final de semana. Por isso, fique atento às fases da sua motivação para chegar aonde quer.
O valor da persistência
Apesar de conhecermos o ciclo da motivação (planejamento, aceleração e impulso diante de um objetivo), muitas vezes, porém, a mente se perde em algum ponto do caminho. Em contrapartida, pessoas consideradas vencedoras são boas em percorrer a sequência motivacional várias vezes com o intuito de alcançar suas metas com perseverança. Estudos asseguram que todos têm a capacidade de cultivar bons hábitos motivacionais.
Imagine alguém que sofreu um acidente, perdeu habilidades básicas, como a capacidade de andar, e, por isso, necessita fazer um extenso e árduo trabalho de recuperação motora. Por mais que essa pessoa se sinta frustrada, a reabilitação, assim como outros objetivos de longo prazo, é uma soma de pequenas vitórias.
É preciso concentrar-se no aqui e agora, e deixar de se preocupar com o passado e o futuro. A energia deve ser colocada no presente. Se sua realidade é ruim, é necessário trabalhar o máximo para dar o melhor de você.
Muitos encontram motivação para manter o esforço. Imagine um cientista que faz milhares de pesquisas até chegar a um resultado importante; um artista que leva meses para concluir uma obra; ou uma mãe que ensina o filho a escrever o alfabeto, linha por linha.
Quando vemos alguém receber um prêmio, sob aplausos, não pensamos em todas as tarefas que foram necessárias para que ele chegasse lá. Mesmo com qualidades e habilidades, talvez o esforço tenha envolvido dedicar horas incalculáveis, até o tédio, em repetições sem fim.
Os recursos essenciais para concluir trabalhos entediantes, mas necessários, e que a pessoa não tem vontade de fazer, parecem ser algo em que o cérebro dos vencedores se destaca. Estudos com varreduras do cérebro indicaram que quem é mais persistente permanece concentrado mesmo quando não está totalmente estimulado por aquilo que faz.
Some a isso o fato de que quando uma coisa parece nova e fresca é muito mais estimulante do que algo antiquado. Por isso, quanto mais você conseguir encontrar um modo de se sentir inspirado por aquelas tarefas diárias fundamentais para alcançar seu objetivo mais possibilidades terá de atingi-lo.
Há relação entre a área do cérebro responsável por regular a motivação e os processos de recompensa. Assim, neurotransmissores agem quando você aprende algo novo ou mesmo ao provar um sabor que não seja familiar. O resultado é uma explosão de energia na mente, que prefere a novidade ao que já é conhecido.
Sentir-se recompensado nas atividades diárias é importante sobretudo quando a realização do objetivo está muito distante, a exemplo de desejos acadêmicos ou profissionais. Ao tratar até a menor das questões diárias com otimismo e criatividade, a jornada é muito mais agradável.
Entenda o que te motiva
Reflita: o que você acredita ser o mais importante para determinar seus resultados? Questões internas, como seu esforço pessoal e competências? Ou pontos externos, como sorte, chances ou outras pessoas? Pois saiba que quem se destaca sob a perspectiva motivacional crê que os fatores internos se sobressaem.
A pessoa com um foco interno costuma valorizar aquilo que a psicologia chama de recompensa intrínseca, como satisfação pessoal, uma saúde melhor ou relacionamentos mais felizes, em vez de recompensas externas, como dinheiro, status ou objetos materiais.
Muitas vezes, alguém assim prefere adiar as gratificações para ter uma recompensa maior do que um ganho rápido e imediato. Por consequência, se mostram mais bem preparados para metas de longo prazo, em comparação a quem prioriza uma recompensa externa.
Pessoas bem sucedidas em suas áreas raramente citam o dinheiro como motivação, muito embora muitas tenham feito fortuna com seus talentos. Elas dizem escolher oportunidades com base no que podem aprender com essas experiências, por exemplo.
Afirmam ter um prazer autêntico pelo processo de aprendizagem e se dedicam de verdade, com energia e tempo, quando estão diante de algo que lhes interesse. Os efeitos das recompensas internas e externas na criatividade e produtividade apontaram neste sentido.
De forma paradoxal, com frequência se concentrar em dinheiro, troféus ou outros tipos de ganhos materiais acaba afetando negativamente o desempenho. Em geral, o interesse intrínseco numa tarefa, ou seja, o sentimento de que algo vale por si mesmo, diminui quando alguém é recompensado por fazê-la. Em outras palavras, se a gratificação surge como principal razão para realizar algo, a atividade se torna menos agradável.
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