Realidade de metas em coaching
Pode-se argumentar que metas não podem ser estabelecidas até que a situação corrente seja conhecida e compreendida, e que devemos começar a realidade. Eu rejeito esse argumento tomando como base que um propósito é essencial para dar valor e direção a qualquer discussão.
Mesmo que metas possam ser apenas vagamente definidas antes que a situação seja observada em detalhes, isso precisa ser feito em primeiro. Então, quando a realidade estiver clara, as metas podem ser levadas a um foco mais aguçado ou até alteradas se a situação acabar sendo um pouco diferente do que se pensava anteriormente.
O Papel da Objetividade
O critério mais importante para examinar a realidade é a objetividade. A objetividade está sujeita às maiores distorções causadas por opiniões, julgamentos, expectativas, preconceitos, preocupações, esperanças e medos do observador.
A consciência está observando as coisas como elas são; a autoconsciência está reconhecendo esses fatores internos que distorcem a percepção que a pessoa tem da realidade.
A maioria das pessoas que é objetiva, mas a objetividade absoluta não existe. O melhor que temos é um grau dela, mas quanto mais perto conseguimos chegar disso melhor.
Para abordar a realidade, então, é preciso que ignoremos as possíveis distorções tanto do coach quanto do orientado, durante o coaching. Isso exige um alto grau de imparcialidade da parte do coach, e a habilidade de formular perguntas de maneira que respostas reais se façam necessárias por parte do orientado.
“Quais foram os fatores que determinam a sua decisão?” – esta pergunta irá evocar uma resposta mais precisa do que: “Por que você fez isso?”, que tende a produzir o que o orientado acredita que o coach quer ouvir ou uma justificativa defensiva.
Terminologia Descritiva em vez de Terminologia Avaliativa
O coach deve usar, e sempre que possível encorajar o orientado a usar, terminologia descritiva em vez de terminologia avaliativa. Isso ajuda a manter a imparcialidade e a objetividade e reduz a autocrítica contra produtiva que distorce a percepção. A terminologia usada em conversas normais, e muitas interações gerenciais, geralmente tendem para a esquerda.
No coaching nós tentamos direcionar para a direita. Quanto mais específicas e descritivas as nossas palavras e frases se tornarem, menos crítica elas tenderão a carregar, e mais produtivo será o coaching.
É preciso tomar cuidado para se manter perto do eixo horizontal a maior parte do tempo. Afinal de contas, não há muito que eu possa fazer com o conhecimento de que a minha apresentação foi ruim, mas se eu receber um feedback que seja claramente estruturado, em um só tom, breve, ilustrado com brilho e abaixo do nível de conhecimento de plateia, passo a estar em uma posição muito melhor para fazer as modificações necessárias.
É claro, algumas palavras como cores e dimensões são puramente descritivas; outras adquirem um valor vertical apenas quando algum ideal é acordado. Ainda assim, outras contêm em si um grau de valor na maior parte de seu uso (palavras como vivo ou fraco); mas algumas são essencialmente avaliativas, como bom, ruim, certo ou errado.
Então, não apenas dias a um atirador perito que ele errou – isso apenas fará com que ele se sinta mal. Ele quer saber que seu tiro passou a três centímetros do alvo e a um centímetro e meio para a direita, para que possa fazer a correção.
A descrição agrega valor, a crítica geralmente retira. As perguntas da realidade, quando aplicadas em você próprio, permitem os meios mais honestos de auto-avaliação.
Perguntas em Coaching
Se um coach apenas fizer perguntas e receber respostas no nível de consciência normal, ele pode estar ajudando os orientados a estruturarem seus pensamentos, mas não está sondando níveis de consciência mais novos e profundos.
Quando o orientado tem de parar para pensar antes de responder, talvez levantando os olhos para fazer isso, a consciência está sendo elevada, pois está tendo de examinar novas profundidades de sua consciência para reaver a informação.
É como se ele estivesse investigando seus arquivos interiores mais secretos para buscar a resposta. Uma vez encontrada, essa nova consciência se torna atenta e o orientando torna-se mais capacitado com ela. Nós temos uma medida de escolha e controle sobre o que temos consciência, porém somos controlados pelo que não temos consciência.
Esse texto possui informações extraídas do livro de John Whitmore “Coaching para Performance”, editora Qualitymark, 2006.
Evolução que Conecta Pessoas ao Sucesso
Com mais de 23 anos de experiência, Sulivan França é referência em gestão de pessoas e desenvolvimento humano. Fundador da SLAC Educação e líder de empresas como Human Solutions Brasil, ele já impactou mais de 98.000 pessoas no Brasil e na América Latina, transformando vidas e negócios.
Formação e Especialidades
Sulivan combina expertise em Neurociências, Psicanálise e Gestão de Recursos Humanos, com uma visão estratégica apoiada por um MBA em Gestão Empresarial e Planejamento Tributário, alinhando crescimento sustentável, bem-estar e estratégia.