Escrito por Sulivan França - 13 de Janeiro de 2014

O escritor Paul Watzlawick afirma: “Todos sabemos o que acontece quando uma coisa depende da outra. Mas quando a segunda depende da primeira na mesma medida, a influência é recíproca. Podemos dizer que as duas são interdependentes”. De maneira semelhante, relacionamentos integrais baseiam-se na reciprocidade – duas pessoas implicitamente unidas pela relação.

Na verdade, tanto o indivíduo cria o relacionamento quanto é criado por ele. Isso significa viver a relação de tal modo que, como diz Kegan a respeito do conflito, “os envolvidos possam reconhecer os medos, as necessidades e opiniões uns dos outros, considerando soluções que respeitem os interesses de todos os lados”.

O nível em que se situa o relacionamento integral depende do grau de consciência dos envolvidos. Relacionamentos integrais reconhecem o nível em que ambas as partes operam e buscam favorecer – e não condenar – o crescimento. Há muito venho afirmando que o coaching integral é um veículo para que os indivíduos sejam transformados pelo relacionamento. Seja uma relação de parentesco ou amizade, entre coach e coachee, ou uma parceria de negócios, o relacionamento integral baseia-se na apreciação do outro e na compreensão de suas opiniões, sem tentar modificá-lo, mas integrando-se a ele, de modo que surjam novas maneiras de ser para ambos os envolvidos na troca.

Quando existe reciprocidade de sentimentos, percepção e linguagem, as pessoas se sentem conectadas e inteiras. Em relação à intimidade, esse tipo de relacionamento transcende os níveis em que o simples desejo físico é a força de sustentação. Nem se trata de emoções e sentimentos fortes em relação ao outro.

Diferentemente, trata-se de uma extensão do modo de pensar dos envolvidos e de como eles trocam aquelas ideias, que então se refletem em suas ações. Quando duas pessoas entram em comunhão em altos níveis, as trocas entre elas não somente criam um relacionamento, como também contribuem para sua própria formação, o que pode estender-se, como modo de ser, à família ou além. Ao mesmo tempo, as transformações podem ser absorvidas pelo ambiente em que os indivíduos se relacionam com outros, concorrendo para o desenvolvimento de todos.

Com as subpersonalidades integradas a uma ordem de nível superior e as adaptações em um plano que permita respostas mais amadurecidas, ela se relaciona no mesmo patamar do outro, e não além dele. Para o coach, em especial, vale a pena lembrar que “ninguém dá importância a quanto você sabe, até saber o quanto você se importa”.

Esse texto possui informações extraídas do livro Coaching Integral: além do desenvolvimento pessoal de Martin Shervington, editora Qualitymark, 2006.
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