No filme “Anjos da Vida”, uma personagem fala sobre velhice: “Se pra mim é difícil subir a escada agora, é porque eu subia todas as noites para dormir ao lado do homem que eu amava. Eu tenho algumas rugas sim, mas eu me deitei milhares de vezes sob o sol escaldante”.

É um diálogo importante para o debate sobre certo e errado. Ela prosseguiu: “Eu olho e penso assim: eu bebi muito, fumei muito, vivi, amei, dancei, cantei, suei e fiz amor bastante pra viver uma vida muito feliz. Envelhecer não é ruim. Envelhecer é pra quem merece”.

Antes que médicos queiram me matar, quero deixar claro que a intenção não é fazer apologia a hábitos que fazem mal à saúde. Sou defensor de viver de maneira saudável e estou numa batalha, por exemplo, para comer menos e melhor. Um grande desafio!

Dito isso, vejo que é importante mostrar como os pontos de vista são diferentes. O autor Dan Millman defende que não existe “certo”. Nas aulas de Filosofia da faculdade de Jornalismo, meu professor perguntava: “O que é a verdade?”. Não havia resposta.

No livro “Empresas feitas para vencer”, Jim Collins informa que, quando foi divulgada a relação entre tabaco e câncer, muitas empresas dessa área começaram a investir em outros negócios. Fizeram isso para sobreviver. No entanto, como fugiram das raízes, tiveram problemas.

Uma das companhias se manteve firme no negócio de origem e, apesar da polêmica que existe em torno do fumo, conseguiu se sobressair em relação aos concorrentes. Se isso é nobre ou não, deixo para você avaliar. Pelo menos em termos financeiros, o resultado apareceu.

O que mais chama atenção no livro é a declaração de um dos executivos dessa empresa: “Eu amo o cigarro. É uma das coisas que fazem que realmente valha a pena viver”. Isso foi dito em 1979. É chocante, mas o que esperar de um representante do segmento?

O jornalista e escritor Xico Sá foi entrevistado no programa da Marília Gabriela no GNT. Ele lançou recentemente o livro “Mulheres extraordinárias”. A apresentadora perguntou: “Você achou o sentido da vida?”. Ele respondeu que ainda está à procura desse entendimento.

Achei o questionamento curioso e lembrei-me novamente de Dan Millman, que costuma afirmar que a vida é um mistério e que não é necessário perder tempo para tentar desvendá-la. Porém, gostei da resposta de Xico Sá.

Para o jornalista, existe um quê de conformismo nesta noção de não se preocupar com o real sentido da vida. Pelo que entendi, ele acredita que essa “descoberta” deve ser constante e desistir dela apaga a beleza das relações sociais, ofusca a maravilha de fazer novas conexões.

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