Escrito por Sulivan França - 06 de Janeiro de 2014

Juntando esses modelos e buscando um exemplo específico, começaremos a mostrar sua importância dentro do contexto do coaching. Regularmente, levo as pessoas a “ver o mundo mais claramente, através das lentes dos quatro quadrantes”, e os resultados sempre me surpreendem.

Numa ocasião, lembro-me de falar a uma coachee, que, em meio a uma “crise pessoal”, tinha perdido a autoconfiança. Achei interessante explorar isso dentro dos quatro quadrantes de sua vida.

Inicialmente, não disse que estava explorando o “mundo dela” através do modelo dos Quatro Quadrantes, mas era o que eu fazia. Investigamos seus sentimentos, ideias, atitudes, relacionamentos e atividade profissional.

Em razão da introdução de um novo sistema em seu departamento, como gerente sênior responsável por comunicar as mudanças, a coachee percebeu que a cultura rejeitava os novos processos, e que isso lhe causava problemas pessoais.

Quando entendeu que seus sentimentos de fracasso se relacionavam à forma pela qual as mudanças eram comunicadas, ela se sentiu livre para tomar a iniciativa adequada (que, nesse caso, envolvia uma reunião de equipe e uma aprendizagem dentro do grupo).

Quase no fim da interação, a coachee me disse que suas ideias estavam, de alguma forma, mais “completas” e “abrangentes” do que uma hora antes. O problema inicial já não parecia o mesmo. Ela concluiu que havia sido levada a “entender-se melhor”.

A jornada através dessas quatro áreas é realmente fundamental para coaching integral, e eu recomendo, como coach, explorar pessoalmente quais das lentes dos óculos dos seus quatro quadrantes estão embaçadas, e quais têm um grau mais forte – eu, nós, isto ou istos.

Quando você fortalecer igualmente todas as lentes, o seu mundo vai parecer bastante diferente: vai mudar diante dos seus olhos – e dentro da sua mente.

Usando o GROW

Vejamos agora um exemplo usando o GROW, antes de tratar novamente dos Quatro Quadrantes, para, então, juntar tudo. No contexto do coaching, você pode encontrar um coachee que, na verdade, lhe traga um problema baseado direta e especialmente no comportamento.

Se ele disser “não sou bom em apresentações”, você pode começar a explorar, usando o modelo GROW, o que ele realmente quer. Nesse caso, você terá começado com a Realidade antes da Meta, o que é bastante comum. Se ficar estabelecido que ele quer “acreditar que posso fazer uma boa apresentação diante de uma plateia”, você já tem a Meta.

A seguir, veja o que o coachee pode fazer sobre isso: quais são as Opções? Após algum tempo, talvez dique decidido que, em vista de todas as possíveis opções, ele só precisa acreditar que é capaz “de aprender como atuar melhor diante de uma plateia”.

O estágio final será “E agora?” Nesse exemplo em particular, passar do estágio da Meta para o estágio das Opções é um salto e tanto que muitos coaches adorariam ajudar seus clientes a dar, mais rápida e eficientemente.

Ao compreender a abordagem dos Quatro Quadrantes, o coach pode falar usando uma linguagem que cuidadosamente integre os quatro quadrantes do mundo do coachee.

O que estou sugerindo, além de ajudar o coachee a fazer uma mudança, contribuirá para seu desenvolvimento a longo prazo. A seguir, e no mesmo tema, vamos examinar a convicção à luz dos quatro quadrantes.

Quando você diz “acredito que sou capaz de aprender a me apresentar melhor”, a convicção tem expressão dentro dos quatros domínios: corpo, mente, cultura e sociedade. Consequentemente, “eu” experimento o pensamento como uma combinação de diálogo interno e algumas imagens visuais. Mais uma vez, os níveis de dopamina no cérebro se alteram, as sinapses acontecem, etc. – “isto”.

Se fosse empregada uma linguagem diferente, a convicção consistiria de símbolos diferentes ou palavras com diversos significados, devido à cultura “nós”. Além disso, se não houvesse apresentações a fazer, uma outra ideia poderia surgir, como “vou gostar de trabalhar a terra” – o “istos” social. Assim, a ideia depende de outras pessoas (nós) e o sistema (istos), vem como do indivíduo (eu e isto).

A cultura é necessária para desenvolver essas idéias. Se não houvesse pessoas, para quem seria feita a apresentação? Ou como desenvolver uma linguagem específica sem ter com quem compartilhar?

O mesmo vale para o quadrante social. O nível de tecnologia (usando esse termo para incluir agricultura, etc.) e os códigos de prática existentes determinam a idéia. A cultura precisa de algo substancial para operar, como uma estrutura, por exemplo. Os folhetos da apresentação tem de ser impressos e distribuídos; frequentemente, são necessários um retroprojetor ou um computador.

O Modelo dos Quatro Quadrantes

A afirmativa “acredito que sou capaz de aprender a me apresentar melhor” precisa, claramente, de todos os quatro quadrantes para existir. Assim, voltando ao exemplo e usando o GROW na sessão do coaching, o modelo dos Quatro Quadrantes poderia ser usado da seguinte maneira:

“O que você estaria pensando e sentindo se acreditasse nisso?”

– (Eu) “Em que o seu comportamento seria diferente?”

- (Isto) “O que o seu chefe e os seu colegas consideram como qualidades de um bom apresentador?”

(Nós) “Como isso mudaria o sistema do ambiente profissional em que você atua?"

– (Istos) O coachee poderia responder assim a estas perguntas: “Acredito que me sentiria mais confiante, sabendo que faço a maioria das coisas muito bem.”

– (Eu) “Passaria mais tempo preparando os slides e transparências que usarei.”

– (Isto) “Existem pessoas às quais me comparo, e que meu chefe acha que são boas. Falarei com elas sobre suas abordagens.”

– (Nós) “Então, se eu acreditar que posso me apresentar bem, sei que isto afetará o resultado final da minha equipe. E vamos conseguir mais negócios.”

– (Istos) O coach contribuiu para que o mundo do coachee se abrisse a um modo de pensar mais abrangente sobre o problema inicial.


Eles fizeram mais do que simplesmente alterar a convicção. Alguma coisa mudará, uma vez que o coachee, fundamentalmente, encontrou a solução para o seu problema dentro dos quatro domínios da vida – eu, nós, isto e istos.

A orientação foi mínima, mas esteve presente nas perguntas feitas pelo coach.


Esse texto possui informações extraídas do livro "Coaching Integral: além do desenvolvimento pessoal" Martin Shervington, editora Qualitymark, 2006.
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