A palavra do momento na área de desenvolvimento humano é hoje, sem dúvidas, Coaching. São outdoors com propagandas de cursos de liderança com Coaching, revistas com artigos falando de Coaching em vendas, Coaching nos esportes, Coaching para emagrecer, clientes que já fizeram Coaching para vida espiritual e, recentemente, veio parar em minhas mãos um material de um curso de Coaching para imagem pessoal.
De fato, o Coaching é uma excelente ferramenta com aplicações diversas e a mais útil delas em minha opinião é o Self-Coaching, ou como diríamos em português, o “Autocoaching”. Uma das características do processo de Coaching que mais me encanta e que sempre deixo bem claro para meus clientes, é o fato de o Coaching desenvolver o cliente, capacitando-o de forma a torna-lo independente do processo e do profissional que aplica o processo. Ou seja, um processo de Coaching bem feito é aquele que, no tempo determinado, o cliente alcança o objetivo que veio buscar e sente-se capaz de continuar sua caminhada pela vida sem precisar de um profissional lhe acompanhando a todo o momento. Ele não tem medo do que vai acontecer na semana em que não tiver mais suas sessões, sente-se capaz de seguir em frente sozinho.
O Coaching bem sucedido pode desenvolver as capacidades do cliente a ponto de ensina-lo a lidar com desafios da vida em áreas diversas e não apenas na área trabalhada pelo processo contratado inicialmente. A maneira de tornar isso possível é através do Self-Coaching. Self-Coaching é a aplicação das estratégias de Coaching pelo próprio indivíduo. Sua prática nos permite tomar decisões mais assertivas, melhorar nossos relacionamentos interpessoais, liderar melhor, vender melhor e, principalmente, dar continuidade ao desenvolvimento iniciado em um processo de Coaching convencional, entre um Coach e um Coachee (cliente).
Ao longo de minhas sessões de Coaching procuro trabalhar a habilidade de Self-Coaching em meus clientes, reforçando esse trabalho na etapa de consolidação, onde preparo o cliente para continuar a se desenvolver de maneira independente após o término de nosso processo. Além da aplicação com clientes, utilizo Self-Coaching em meu dia a dia com muita frequência em resolução de conflitos interpessoais, para tomar decisões, determinar meus objetivos, melhorar meu trabalho e em todos os momentos em que preciso fazer uma reflexão sobre uma situação ou comportamento que tive ou preciso ter. Há alguns dias o Self-Coaching foi a ferramenta fundamental na elaboração de alguns dos meus objetivos pessoais. Além de elaborá-los melhor, consegui determinar com mais clareza as ações para realização desses objetivos e de que maneira iria negociar com pessoas que seriam afetadas pelo direcionamento que minha vida deve ter quando estiverem realizados.
Eu havia viajado para fazer um curso, ter contato com pessoas de outras regiões do mundo e para saber como o Coaching vem sendo trabalhado fora do Brasil. Essas situações são extremamente propensas a me inspirar novas ideias para a empresa, despertam a vontade de traçar novos objetivos, aprendo novas ferramentas para realizar meu trabalho e decido abandonar outras que não estejam surtindo tanto efeito. O problema é que tenho a tendência a querer fazer “tudo isso ao mesmo tempo agora”. Fico empolgada com as novidades e quero de uma hora para outra mudar tudo. Faço logo uma lista de pontos que serão trabalhados quando eu voltar para casa, outra com os pontos que preciso tratar com meu sócio, outra com pontos que preciso negociar com marido, minha mente dispara. Mas na prática, as coisas não acontecem na mesma velocidade de minhas ideias.
É preciso levar em consideração a ecologia de meus objetivos, ou seja, determinar quem são as pessoas afetadas pelas mudanças, a partir daí negociar de que forma as coisas irão acontecer, traçar um plano de ação, conciliar tudo isso com os projetos de consultoria, treinamentos e Coachings que estão em andamento e com todas as outras áreas da vida. Nesse momento entra em ação o Self-Coaching. Coloco-me em metaposição, ou seja, olhando para mim mesma como se fosse outra pessoa e começo a sessão de Self-Coaching:
Larissa, quais são as mudanças que quer implementar à partir do que verificou na viagem? Quando quer colocar cada uma delas em prática? (Nesse momento determino o que será colocado em prática dentro de um ano, dentro dos próximos seis meses, no próximo mês e o que precisa ser feito na mesma semana.) Quais os recursos que precisa desenvolver para colocar as mudanças em prática? Qual o primeiro passo para desenvolver esses recursos? (Assim identifico o que vou fazer nos próximos dias para começar o desenvolvimento.) Quem são as pessoas afetadas pelas mudanças, que precisa comunicar ou negociar as ações que fará? (Com essa pergunta identifiquei que precisava tratar alguns pontos com meu sócio.) O que você quer dessa conversa com seu sócio? Quais serão seus argumentos? Qual a postura ideal para comunicar seus pensamentos a ele de maneira a conseguir apoio em suas decisões?
Escrevo essas respostas e vou para a reunião com meu sócio, levando de forma organizada as informações que são pertinentes ao que quero tratar com ele. Sem o Self-Coaching existia o risco de falar muita coisa, não conseguir comunicar o que eu queria talvez usar uma postura que comunicasse algo que não quero comunicar, perderíamos tempo e provavelmente não conseguiríamos tomar nenhuma decisão. A reunião foi mais rápida e eficiente do que imaginávamos, conseguimos tomar decisões importantes, definimos ações que cada um deveria tomar e alguns objetivos já estão começando a se realizar.
Self-Coaching já faz parte de minha rotina e fico curiosa em saber o que poderia acontecer com você se começasse a usar essa estratégia em sua vida a partir de agora. Talvez você queira iniciar pensando onde você se vê daqui a cinco anos, talvez queira continuar pensando se suas ações hoje em dia estão congruentes com o futuro que visualiza e, talvez, a partir daí você descubra que existem alguns pontos que precisa melhorar e desenvolver e, talvez, seja bom contar com o apoio de alguém para torna-lo a pessoa que sempre quis ser. Se isso acontecer, contrate um Coach, afinal, por que continuar a ser você mesmo, quando pode tornar-se alguém bem melhor?
Artigo publicado no livro Coaching a Solução.
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