GURU DAS EMOÇÕES

Daniel Goleman, autor de Inteligência Emocional

NOS 20 ANOS DE "INTELIGÊNCIA EMOCIONAL", O AUTOR DANIEL GOLEMAN EXPLICA, EM ENTREVISTA EXCLUSIVA À REVISTA SLAC, COMO SUA TEORIA TEM AJUDADO MILHARES DE PESSOAS A LIDAR MELHOR COM MOMENTOS DE CRISE E ELOGIA OS BRASILEIROS PELA CAPACIDADE DE SUPERAÇÃO NOS MAIS DIFERENTES CICLOS DE RECESSÃO

Cada vez mais empresas estão percebendo a importância da inteligência emocional para garantir a manutenção e o crescimento dos negócios. Quando Daniel Goleman, autor do best-seller Inteligência Emocional, afirmou que a maioria das competências humanas se baseia na habilidade de gerenciar o estado emocional - e não no quociente de inteligência, ou QI, como todos acreditavam até então - iniciou-se uma verdadeira revolução dentro e fora das companhias. Quem contratava alguém somente pelo conhecimento adquirido ou pela experiência acumulada, passou a valorizar também a habilidade de lidar com as emoções presentes no dia a dia, como a frustração, a raiva e as paixões, que, segundo o autor, são muito mais determinantes para o sucesso ou fracasso de qualquer projeto.

Depois de duas décadas do lançamento da primeira edição, a obra já superou a marca de cinco milhões de exemplares vendidos, sendo traduzida para 40 idiomas. Nomeado pela revista Time como um dos 25 autores mais influentes na área de gestão empresarial, Goleman, hoje com 69 anos, é reverenciado como um verdadeiro guru dos negócios. Filho de professores, ele nasceu na cidade de Stockton, na Califórnia, e iniciou sua carreira como jornalista na área científica do jornal The New York Times, para depois concluir o doutorado e um PhD em psicologia pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.

"O modelo de inteligência emocional que propus no meu livro, em 1995, evoluiu muito desde então. Por exemplo, originalmente eu havia incluído a motivação como parte da IE, mas, agora, eu invisto muito mais na autorregulação do indivíduo como chave para o seu sucesso. Em meu livro Trabalhar com Inteligência Emocional (lançado em 2000) eu mostrei como algumas competências aprendidas, como a autogestão emocional, são as que mais fazem as pessoas se tornarem altamente efetivas no trabalho", diz Goleman.

Entre seus trabalhos mais recentes está o livro Foco: A atenção e seu papel fundamental para o sucesso (2014), que tenta esmiuçar ainda mais o modelo que lhe rendeu visibilidade e reconhecimento mundial. Nele, Goleman defende que, em um momento em que a tecnologia e o excesso de informação geram distrações a cada minuto, estamos fadados a reduzir a nossa capacidade de concentração. "Assim como a capacidade de lidar com as emoções aumenta com a prática, a atenção também pode ser treinada. E quem consegue chegar lá, em ambos os casos, sempre tem ideias melhores e mais criativas", destaca o autor.

EU REALMENTE ADMIRO A CAPACIDADE DO EMPRESÁRIO BRASILEIRO DE SE ADAPTAR ÀS MUDANÇAS. ISSO É UM SINAL DE RESILIÊNCIA

Daniel Goleman
Daniel Goleman
Daniel Goleman
TERCEIRA VISÃO

A jornada de Goleman é bastante extensa e inclui diversas incursões pela Ásia, onde estudou métodos já consagrados nos monastérios budistas para aprimorar sua meditação e transformar a inteligência emocional em um mantra entoado até hoje por grandes líderes corporativos. Nos últimos anos, ele tem se dedicado a organizar uma série de conversas com Dalai Lama, que resultaram em livros que refletem claramente as influências das emoções saudáveis e destrutivas na vida de uma pessoa, entre eles o recém-lançado Uma Força para o Bem (2015).

Na prática, a proposta de Goleman tem se mostrado bastante acessível para os ocidentais. E por ser bem pé no chão é que continua ganhando cada vez mais terreno, principalmente dentro das corporações. Para ele, bastam cinco passos para qualquer pessoa começar a desenvolver sua própria inteligência emocional e superar momentos de crise: primeiro é necessário que a pessoa se questione se aquilo sobre o que se debruça é realmente importante para ela. Logo em seguida, precisa visualizar seus objetivos e depois analisar onde quer chegar, seja na vida ou na carreira. Com isso resolvido, é possível seguir para os dois últimos passos, que incluem identificar a maneira com que ela lida com o ambiente que a cerca e como estão formadas as suas relações, analisando, basicamente, a sua capacidade de persuasão, cooperação e trabalho em equipe.

No campo dos negócios, Goleman também criou um processo em formato 360 graus para desenvolver a inteligência emocional de líderes, chamado ESCI (Emotional and Social Competency Inventory). Com ele é possível aprimorar o processo de seleção para contratação e testar os funcionários que merecem ser promovidos a posições de liderança. "Quando se trata de treinamento para habilidades de inteligência emocional o primeiro passo crucial é ter certeza de que a pessoa tem a motivação para fazer uma melhoria. Uma maneira de fazer isso é perguntar onde ela quer estar em cinco anos, o que seria necessário para realizar esse sonho e, em seguida, tentar obter respostas específicas sobre que medidas essa pessoa irá tomar na direção desse objetivo", orienta Goleman.

A consciência de si mesmo é a chave do modelo de sucesso. Guiar as emoções, para que sejam adequadas, também no ambiente de trabalho, ajuda a pessoa a recuperar com muito mais rapidez os reveses que eventualmente aparecem. O livro Inteligência Emocional destaca justamente isso: enfileirar as emoções a serviço de um objetivo é essencial para gerar automotivação e estimular a criatividade, pois as pessoas que têm essa capacidade tendem a ser muito mais produtivas e eficazes nas tarefas que decidem empreender. Reconhecer as emoções dos outros, por meio da empatia, também é uma das habilidades trabalhadas nesse formato.

Goleman já começou indo fundo e descobriu que, de acordo com o desenho do nosso cérebro, temos pouco ou nenhum controle sobre o momento em que somos arrastados pela emoção. Mas ele diz ser possível mudar as nossas condutas, assim como um jogador de futebol - que passa a não enxergar mais os adversários ou toda a pressão vinda da torcida quando está realmente absorvido em sua tarefa. E esse é exatamente o ponto da inteligência emocional que deve ser buscado. Ficar apegado ao tédio ou entregue à agitação da ansiedade significa estar fora desse fluxo, palavra bastante difundida pela psicologia também. "Estamos perdendo dinheiro exatamente pela falta desse foco. Precisamos ser administradores da nossa atenção, não vítimas da nossa falta de", ressalta Goleman.

The Pulpit Rock
Desde Inteligência Emocional, em 1995, as obras de Daniel Goleman influenciam milhões em todo o mundo.
CAMINHO CERTO

Em sua mais recente passagem pelo Brasil, em novembro do ano passado, Goleman afirmou que nosso país parece estar sempre em crise. "Eu tenho vindo com frequência para cá nos últimos 20 anos e realmente admiro a capacidade dos brasileiros, principalmente das pessoas de negócios, de se adaptar à crise e as mudanças. Isso é um sinal de resiliência", disparou, em sua passagem pela HSM Expomanagement 2015, da qual a SLAC foi convidada. Ele afirmou ver com bons olhos quando grandes empresas, como Google e Nestlé, adotaram o conceito de crescimento sustentável e criaram ambientes de trabalho mais agradáveis e menos agressivos para seus colaboradores. Ao mesmo tempo, os líderes também estão se adaptando, assim como os funcionários que já chegam à procura de um lugar mais humano para trabalhar. "Isso é a inteligência emocional sendo aplicada em todos os níveis, pois estão tentando criar um ambiente produtivo, mantendo as pessoas envolvidas e focadas no cumprimento das suas metas corporativas, sem prejudicar as questões individuais", disse Goleman.

O autor alerta, porém, que muitas pessoas ainda confundem a sua teoria, pois tendem a manter-se completamente focadas em si próprias, principalmente no cenário atual, onde todos estão ocupados, tendo de enfrentar um estado constante de estresse. Mostrando mais uma vez sua habilidade de guiar, Goleman é enfático: "Como o próprio Dalai Lama diz, antes de se preocupar com os outros, primeiro precisamos controlar nossas próprias emoções perturbadoras, observando nossas reações ao estresse e mantendo-as sob controle. O melhor estado de espírito para a eficácia é deixar a mente calma e sempre clara".

O autor já fez questão de ensinar que há dois tipos de distração que devem ser evitadas: se o seu colega recebe uma promoção ou se você é um chefe tentando sobreviver a uma crise, essa parte emocional "sequestra o cérebro e, portanto, o foco. Isso acaba com a nossa habilidade de pensar com clareza, aprender e se adaptar. Além disso, quando estamos nesse "modo ameaçado", a tendência é tomar decisões mais automáticas e agressivas. Ele usou como exemplo a atitude do lutador Mike Tyson, que arrancou um pedaço da orelha de Holyfield durante a luta, como uma evidente situação de "sequestro emocional".

Uma pesquisa divulgada em abril do ano passado, pela Harvard Business Review, mostra a relevância da IE para o líder de sucesso e serviu para reforçar a importância da "liderança consciente" para a sobrevivência de uma empresa. Além disso, o resultado mostrou o quanto a capacidade de gerir pessoas tem sido o grande diferencial estratégico e competitivo do mercado como um todo. Para contribuir com o desenvolvimento dessas competências, um dos processos mais indicados é o de coaching. Por meio do estímulo da reflexão e da ação, os profissionais têm ajudado as pessoas a se descobrirem ainda melhor, já que o coach busca exatamente criar situações e questões que motivam os indivíduos a encontrar, neles próprios, as respostas para corrigir seus caminhos e atingir seus objetivos. O processo ajuda a trabalhar, por exemplo, a autoconfiança, um dos pontos chaves da inteligência emocional. Pessoas seguras têm a mente aberta e são, geralmente, menos suscetíveis às críticas e agressões alheias, estão mais preparadas para o mercado e têm mais chances de conquistarem cargos de liderança.

Mesmo após 20 anos de sua primeira edição, o livro Inteligência Emocional ainda exerce bastante fascínio entre os leitores e tem se mostrado extremamente útil para os mais diversos modelos de gestão. Com a competitividade cada vez mais acirrada dentro e fora das organizações, as competências emocionais são cruciais não apenas para o nosso processo de adaptação, mas também para nos ajudar a tomar as decisões necessárias. Talvez seja esse um dos maiores legados de Goleman para a humanidade.

Na SLAC, a avaliação da inteligência emocional é feita com a ajuda da ferramenta SixSeconds, que permite a pessoa descobrir suas próprias competências e estabelecer metas de desenvolvimento pessoal e profissional. Dentro do processo de coaching, a SEI possibilita reconhecer padrões comportamentais e melhorar o aprendizado emocional do coachee, que será levado a refletir melhor sobre a sua motivação interna e trabalhar a sua empatia.

ANTES DE SE PREOCUPAR COM OS OUTROS, PRIMEIRO PRECISAMOS CONTROLAR NOSSAS PRÓPRIAS EMOÇÕES PERTURBADORAS, OBSERVANDO NOSSAS REAÇÕES AO ESTRESSE E MANTENDO-AS SOB CONTROLE. O MELHOR ESTADO DE ESPÍRITO PARA A EFICÁCIA É DEIXAR A MENTE CALMA E SEMPRE CLARA.

Daniel Goleman

BASEADO NA TEORIA DE GOLEMAN, REUNIMOS ALGUMAS CARACTERÍSTICAS BÁSICAS QUE MOSTRAM SE VOCÊ É UMA PESSOA EMOCIONALMENTE INTELIGENTE

Você conhece suas forças e suas fraquezas, gerando a autoconfiança necessária para agir.

Sente curiosidade sobre pessoas que você não conhece, o que demonstra um grau de empatia.

Sabe prestar atenção. Ser capaz de suportar distrações e se concentrar na tarefa a ser feita são grandes segredos da inteligência emocional.

Tem controle das mudanças emocionais ao longo do dia e sabe reconhecer o que está sentindo.

Está habituado a desacelerar para prestar atenção nos outros, diferentemente das pessoas que estão completamente concentradas em si mesmas.

Sabe lidar com os erros e reveses e oferece um grau mais alto de resistência do que os demais.

Você é sempre automotivado e consegue focar sua atenção e sua energia para perseguir seus objetivos.

Você sabe dizer não. A autorregulação também é um dos principais componentes da inteligência emocional.

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