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PROGRAMA ACERTAR É HUMANO

#011

No programa do dia 1º de maio os apresentadores Sulivan França e Nélson Sartori abordaram um tema relacionado ao Dia do Trabalhador,"A relação dentro do ambiente de trabalho e o poder da persuasão". Dentro desse tema foi discutido o papel e a competência do líder na harmonização do ambiente e a habilidade de conviver com as pessoas de forma carismática. Na "Dica do Professor" Nélson Sartori falou sobre "O uso correto do 'há' com H". E no fim do programa o master coach, Sulivan França, deixou uma pergunta desafiadora para o ouvinte.

011 - Programa Acertar é Humano: de 01/05/2014

Programa Acertar é Humano (01/05/2014)

Nélson Sartori e Sulivan França

Tempo de áudio
27 minutos e 13 segundos
Legenda
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♪ [tema acertar é humano] ♪

Começa agora na Mundial Acertar é Humano, um programa que apresenta crônicas com humor e foco na solução, sempre falando de temas diversos como empreendedorismo, liderança, esporte, atualidades, comunicação entre outros. Tudo isso seguindo a filosofia do coaching.

Programa Acertar é Humano, uma produção da Sociedade Latino-Americana de Coaching, a elite do coaching no Brasil. Apresentação Sulivan França e Nélson Sartori.

[SULIVAN] Bom dia, ouvinte Mundial. Eu sou o Sulivan França.

Estamos aqui em mais uma quinta-feira para apresentar o Programa Acertar é Humano nesse dia especial. É Dia do Trabalhador. Não é isso, Nélson?

[NÉLSON] É isso mesmo, minha gente. Bom dia a todos! Professor Nélson Sartori.

Vamos então hoje ao nosso programa, falando sobre essas relações dentro do trabalho. Dando continuidade até a nossa série em que começamos falando um pouco sobre relação e relacionamento interpessoal. Hoje vamos falar sobre relação dentro do ambiente de trabalho.

[SULIVAN] Exatamente. Paralelo a isso, vamos falar também sobre o poder de persuasão. A importância do poder de persuasão no local de trabalho, nesse dia aí, como eu já disse, tão importante, o Dia do Trabalhador.

[NÉLSON] Com certeza. Sim.

[SULIVAN] Nós estamos aqui fazendo jus a esse título.

[NÉLSON] Com certeza. Nada de programa gravado. Estamos aqui ao vivo trabalhando.

[SULIVAN] Não é isso, Evaldo?

[NÉLSON] Com certeza. O Evaldo junto.

[SULIVAN] O Evaldo aqui, como sempre, nos apoiando nesse Dia do Trabalhador. Só nós aqui.

[NÉLSON] Somente nós aqui. Nós vamos tomar conta da rádio hoje.

[SULIVAN] Aliás, nós não estamos sós aqui no prédio. Nós estamos sós na Paulista. Na Paulista não tem ninguém.

[NÉLSON] Não. Nós. Somente nós.

[SULIVAN] Nós. É verdade. Estamos nós aqui. Então vamos lá. O poder de persuasão é o tema de hoje nesse dia do trabalhador.

Mas antes de mais nada vamos passar o nosso site, Nélson, para quem estiver nos ouvindo e quiser acessar o site do programa, lá estão todos os programas. Você pode baixar o programa, pode ouvir os outros programas. Inclusive esse mesmo programa aqui, daqui a uma hora o programa já estará disponível na internet. Então acesse o nosso site. É www.acertarehumano.com.br. Diariamente nós sempre postamos alguma coisa nas redes sociais do programa, tanto no Facebook, quanto no Twitter. Então acesse o nosso site www.acertarehumano.com.br e todos os programas estão lá disponíveis.

Para quem tiver curiosidade em conhecer o Nélson, está lá. A carinha do Nélson aparece lá. As vozes do Acertar é Humano. Não é isso, Nélson?

[NÉLSON] Linda, não é verdade? Com certeza. As vozes, a nossa gravação.

Você quer ser feliz? Vá até lá. Assista quantas vezes você quiser. Quanto mais você assistir, mais feliz você será. Não é mesmo?

[SULIVAN] É isso aí. Então vamos lá. Poder de persuasão. Esse é o tema de hoje, no local de trabalho.

[NÉLSON] Diz a verdade, não é?

[SULIVAM] Diz a verdade. Você sabe que quando nós pensamos em poder de persuasão, Nélson, é inevitável nós deixarmos de pensar naqueles antipáticos. Tem muita gente antipática no mercado de trabalho.

Quem nunca trabalhou com aquele crime-cri? Aquele sujeito que você fala assim: “Meu deus do céu! Ele vive de mau humor, ele não acorda de mau humor.”.

[NÉLSON] É aquele que pega no seu braço quando vai falar com você. É aquela pessoa agradável. Eu falo assim: “Ele precisa do toque.”. É o papel de bala. Ele gruda.

[SULIVAN] É o papel de bala. Ele gruda. É verdade.

Essas pessoas normalmente as temos como antipáticas.

Nós falamos assim: “Nossa Senhora, que sujeitinho terrível de aguentar todo o dia no trabalho.”. É aquele que você fala "bom dia" e ele fala: “Bom dia por quê?”. Esse é o mal-humorado.

Essa questão que estamos falando, do poder de persuasão, não tem nada a ver com antipatia. Muita gente faz essa associação e acha que o sujeito, para ter o poder de persuasão, precisa ser muito empático. E não necessariamente.

Existem pessoas que têm essa habilidade de desenvolver uma empatia com certa facilidade com as pessoas, tanto no local de trabalho quanto no meio social de uma maneira geral, mas existem pessoas que têm essa dificuldade.

Sobre isso, vamos falar sobre um sujeito curioso dentro de perfis comportamentais.

[NÉLSON] Oba. De pessoas de alto potencial. De valor inestimável.

[SULIVAN] De alto potencial comunicativo.

[NÉLSON] Tudo isso daí traz mais uma vez um tema: o que é poder de persuasão dentro do ambiente de trabalho?

PODER DE PERSUASÃO NO LOCAL DE TRABALHO

[NÉLSON] É uma relação de competência? É uma relação de capacidade de comunicação e ao mesmo tempo de sensibilidade ao ambiente, de conhecer o que está a sua volta e saber lidar com isso de maneira competente.

É importante ter isso em mente porque não é pura e simplesmente uma habilidade natural, estamos falando de algo que é treinado, algo que deve ser conhecido, algo que deve ser exercitado. Isso se soma ao ambiente de trabalho e também ao relacionamento.

Como eu me relaciono?

Eu preciso me relacionar bem. Faz parte da capacidade ou então do sucesso dentro do meu trabalho, dentro da minha empresa, e eu preciso lidar com isso.

Onde eu vou buscar esse tipo de conhecimento, esse tipo de informação?

[SULIVAN] E o mais interessante de tudo isso. É algo que também pode ser aprendido.

Muita gente fala assim: "Eu não sei me comunicar". Tem aquela síndrome de Gabriela: "Eu nasci assim, eu cresci assim e vou morrer assim", e não necessariamente. Você pode desenvolver sim, a capacidade de persuasão.

O interessante também é que, quando falamos da capacidade de persuasão, muita gente atrela a persuasão a algumas profissões específicas.

As pessoas costumam dizer que o poder de persuasão está mais ligado às pessoas que são publicitários, médicos (existem médicos que tem de ter a capacidade de persuasão), profissionais de recursos humanos, vendedores (vendedores são considerados os mestres da persuasão, né?), advogados (também considerados boas pessoas que sabem persuadir muito bem), coaches, consultores e outras profissionais em geral.

Mas o que nós vemos hoje, é que a necessidade de persuasão é de todos os profissionais.

[NÉLSON] Sim. Como você disse, Sulivan, ela vai além da empatia, além da natureza do indivíduo.

[SULIVAN] Exatamente.

[NÉLSON] Nós precisamos potencializar isso para reconhecer o trabalho de sucesso.

[NÉLSON] Perfeitamente.

E aquele estigma que tem muitas vezes: persuasão é mais coisa de vendedor, do pessoal da área de marketing, do pessoal de publicidade? É engano. Onde você estiver atuando hoje, a capacidade de persuasão é sim uma competência fundamental.

Nélson, eu posso dizer a você o seguinte. Ao longo da minha carreira dentro de grandes corporações atuando como coach, eu vi muitos executivos e profissionais brilhantes tecnicamente fracassarem pela falta do problema de persuasão, pela falta de capacidade de persuadir as pessoas, principalmente quando esses sujeitos eram colocado em alguns cargos de liderança. Eu vi diversos profissionais terem esse tipo de dificuldade.

Em 2006, nós fizemos (quando eu digo nós, fomos eu e dois amigos consultores) um levantamento dentro de algumas empresas que eram nossas clientes para que conseguíssemos mapear as características de um líder. Nós já tínhamos feito trabalhos com líderes e líderes bem-sucedidos, nessa ocasião, em 2006, tivemos a ideia de pegar alguns líderes que haviam fracassado, que por algum motivo haviam sido promovidos a um cargo de liderança e pegaram uma equipe, não importa o tamanho.

Nós tivemos desde pessoas que pegaram equipes com 04–06 pessoas e as que pegaram equipes com 20–30, até 80 pessoas e de alguma forma não tinham se saído muito bem.

Um fato curioso que identificamos em todas as pessoas dessa pesquisa – e foram 26 pessoas –, é que todas tinham excelentes competências técnicas, o que faltava era a parte relacional, a capacidade de persuadir as pessoas.

Então mostra o quanto você, tanto profissionalmente, quanto pessoalmente, pode ter sérios problemas caso não desenvolva essa capacidade.

[NÉLSON] Como é possível um líder que não tenha a capacidade de se relacionar, de organizar, de orientar comandar um grupo?

Não é apenas o aspecto natural, ele precisa ter preparo, ter técnica, ter conhecimento porque ele vai lidar com várias pessoas, até mesmo porque a equipe se renova o tempo inteiro.

Nessa renovação, eu preciso sempre manter o mesmo ritmo de colaboração. Para que eu tenha a colaboração das pessoas, é importante que ela confie em mim e ao mesmo tempo que ela se disponha a trabalhar dentro do ritmo que eu, como líder, estou fazendo e estabelecendo, já que essa é a minha função, ou seja, organizar e colocar na prática aquilo que é importante para que a empresa se desenvolva, para que o projeto seja desenvolvido.

Não basta uma ideia. É preciso eliminar todo o tipo de sabotagem, eliminar tudo aquilo que possa comprometer. É lógico que para que isso daí aconteça, e até mesmo para que a relação entre as pessoas de um grupo de trabalho aconteça, é preciso haver harmonização. E cabe a quem fazer isso? Ao líder.

[SULIVAN] Exatamente.

E aí muitas vezes, quando nós estamos falando da persuasão, eu vejo a persuasão muito ligada com carisma.

Existem pessoas que têm uma capacidade de encantar (e foi desse sujeito que falamos que iríamos falar aqui, Nélson, um sujeito que você conhece muito bem), aquelas que têm a capacidade de influenciar as pessoas.

[SULIVAN] Só que existem pessoas que têm uma capacidade tão grande de influenciar as pessoas que costumamos dizer que às vezes se excedem: é aquele sem noção, aquele sujeito que aonde ele chega, chega chegando. Não passa despercebido.

[NÉLSON] Ele está sempre em festa.

[SULIVAN] É o arroz de festa.

[NÉLSON] Ele chega na festa, ele é o centro porque ele bebe, ele dá risada, ele faz as coisas. Ele fala assim: "Eu passo até vergonha, mas não faz mal.". Ele é feliz.

[SULIVAN] Exatamente. Existem pessoas que têm essa característica, elas animam o espaço aonde chegam, carregam na sua essência essa habilidade de fazer.

Não é aquele palhaço, não é isso o que queremos dizer, é aquele sujeito animado, aquele sujeito engraçado, aquele sujeito que você jamais consegue ficar sem rir. O Evaldo é um desses.

[NÉLSON] O Evaldo.

[SULIVAN] Nós não conseguimos ficar do lado do Evaldo mais do que dois minutos sem dar risada. Dá para ficar?

[NÉLSON] Não, não dá. Ele é uma pessoa por si só carismática.

[SULIVAN] Exatamente. Nós entramos aqui no estúdio, ficamos dois minutos ali conversando com o Evaldo. Em dois minutos nós demos risadas três minutos.

[NÉLSON] É verdade. Ele falou assim: "Te superamos.". Em dois minutos nós demos o dobro de risadas que daríamos normalmente. Essa é uma capacidade dele.

[SULIVAN] Exatamente. Mas infelizmente, ouvinte, nós não podemos dizer para você por que demos risadas de algumas coisas que o Evaldo disse.

[NÉLSON] Não. Há coisas sobre o Evaldo que nós não podemos divulgar, minha gente.

Então vamos lá pessoal.

Aí entra um elemento importante dessa capacidade de persuasão: a sedução.

[SULIVAN] A sedução.

Linguagem E Sedução

[NÉLSON] O que é seduzir?

Seduzir, na verdade, é você ter em um dado momento certo controle sobre as informações e saber utilizar aquelas informações de maneira produtiva. Tudo é possível. A informação pode trazer para você um poder positivo, assim como um poder negativo, porque você vai manipular essas informações.

É justamente nesse contexto que entra a questão da competência de um líder, de um trabalho bem desenvolvido dentro de uma empresa.

Então ele estar bem informado é importante? Sempre.

[SULIVAN] Quando você disse agora "sedução", certamente as pessoas automaticamente pensaram para o lado da sedução propriamente dita, a sedução mais para o lado sexual do negócio. E não é isso que nós estamos falando. É a capacidade de persuadir as pessoas. Quando falamos de sensualidade, muitas pessoas têm isso na sua linguagem.

Quando falamos de persuasão, sensualidade e carisma, estamos falando sobre a sua habilidade de se comunicar, a linguagem.

Quando falamos em linguagem, estamos falando de tom, da postura, da forma. É como você falou, Nélson, quando você tem uma capacidade de persuadir, você escolhe as palavras.

[NÉLSON] É lógico. Isso é competência.

[SULIVAN] Isso é ter a competência de persuasão. É você escolher as palavras que você vai colocar.

[NÉLSON] Exatamente.

Nós já falamos sobre isso, Sulivan.

Quando eu pretendo determinar, ou então mostrar para alguém a minha capacidade de impor isso, as palavras que eu escolho fazem parte da comunicação, acabam sendo imperativas, eu uso palavras que representem esse poder.

"Faça". "É assim". "Efetivamente". "Com certeza".

Vejam que são palavras imperativas, que impõem.

Por outro lado, se eu trabalhar de uma maneira imprópria dentro desse grupo, isso pode fragilizar a minha capacidade de até mesmo convencer os outros de forma que eles aceitem a minha liderança, quando, ao invés de eu ser imperativo, eu acabo sendo vago.

"Pode ser". "Talvez". "Quem sabe". "Vamos ver".

Ou seja, nunca existe uma projeção real.

Como eu consigo desenvolver confiança? Como eu posso entregar o meu trabalho àquele líder sendo que ele não demonstra segurança nele mesmo?

A primeira coisa que acontece é a competência desse líder ficar comprometida porque ele não usa uma habilidade que pode ser trabalhada.

Se a seleção vocabular faz parte desse processo de comunicação que garante ao líder o controle ou então a administração de um grupo de maneira positiva, ele tem de aprender, ele tem que trabalhar, ele tem de buscar como essa relação, esse domínio e controle das palavras, deve ser aplicado.

Isso daí é técnica. Não é uma coisa que só a natureza traz. Ele pode aprender e ele tem de buscar esse tipo de habilidade.

[SULIVAN] Exatamente.

É interessante quando você diz essas palavras impositivas.

De certa maneira, quando você escolhe a sua forma de se comunicar e faz uma seleção de palavras, é aí onde está a sensualidade, é aí onde está o domínio da competência e a habilidade de transmitir uma informação sem ser de uma forma impositiva, sem ser de uma maneira impositiva, onde muitas pessoas alcançam sucesso: por meio desse poder de comunicação.

[NÉLSON] Mesmo você usando uma ideia de imposição, o que dá segurança ao seu comandado? Determinar de maneira respeitosa, educada, em que haja confiança, em que eu, como colaborador, possa empenhar o meu trabalho a seu favor porque você é alguém positivo e em quem eu confio ao mesmo tempo.

Vejam só como essa questão da persuasão e da sedução devem ser trabalhadas associadas e não (como o espírito da natureza humana) pura e simplesmente, mas como algo que deve ser treinado, algo que tem um valor e que pode ser aprendido. É importante buscar esse tipo de treinamento.

E não é algo artificial. Conhecendo técnicas, conhecendo os mecanismos, sabendo lidar com isso, você vai ser melhor dentro do seu trabalho, mais produtivo, a sua equipe vai trabalhar com maior segurança.

E isso você projeta também na sua vida. Tudo isso funciona.

[SULIVAN] Exatamente.

Essa é uma das competências fundamentais que trabalhamos no desenvolvimento de coaching. Isso é uma das coisas que é extremamente importante por você estar lidando com pessoas o tempo todo.

Se você não tiver a capacidade de persuadir, não tiver a capacidade de desenvolver carisma com essas pessoas, de trabalhar essa sua maneira, vamos dizer assim, sedutora na colocação das palavras, você pode ter sérios problemas, sérios conflitos, tanto de ordem pessoal quanto de ordem profissional.

[NÉLSON] A pessoa que confia em você se abre, entrega a você esse trabalho e essa competência sem medo de ser criticada pura e simplesmente por uma questão de imposição de poder. O medo, na maioria das vezes, em relação ao poder, esse poder que representa sobre mim, sobre o meu trabalho, é que vai me castrar.

Se o poder é castrador, ele realmente não agrega nada ao trabalho de grupo. Agora, se esse poder é administrado com sedução, ou seja, com valorização, com respeito, com escolha até mesmo do tom das palavras, o tom da seleção (porque se eu seleciono uma palavra imperativa, é lógico que a autoridade é algo importante), realmente esse poder irá agregar ao trabalho de grupo.

O poder pode ser exercido com brandura e não pura e simplesmente com o controle e o domínio através da força. Isso daí, hoje em dia, não funciona, não é uma coisa eficiente.

[SULIVAN] Nós podemos impor não impondo, de certa maneira. Então fica a dica para você que está pensando sobre essa questão que estamos falando – o poder de persuasão e carisma.

Um ponto importante é o tom.

Qual é o tom da tua voz? Qual é o tom da tua comunicação?

Outro ponto é a escolha de palavras. Há palavras que podem ser colocadas e há palavras que não podem ser colocadas em determinadas situações.

Além de tom, além de linguagem, que outras dicas você daria, Nélson?

[NÉLSON] Olha só. Uma das coisas que eu acho bastante interessante dentro dessas relações, é o aspecto da projeção.

[SULIVAN] Projeção.

Projeção: colocar-se no lugar do outro

[NÉLSON] Eu projeto quem eu sou dentro do meu grupo e o grupo se projeta através de mim. Essa sintonia é importante.

[SULIVAN] É um espelhamento.

[NÉLSON] É aí que entra essa habilidade de se aproximar das pessoas, de entrar em sintonia com elas. Respirar dentro do mesmo ambiente significa conviver com essa pessoa. Essa sintonia entra até mesmo dentro desse ritmo.

Do que falam os meus colaboradores?

[SULIVAN] É como se estivéssemos vendo o mundo através dos olhos do outro. É você observar o tom de voz do outro para olhar o mundo através do tom de voz do outro, é você observar a forma como o outro se comunica, tanto na linguagem, no que ele fala, na escolha das palavras quanto na forma como ele coloca isso. A velocidade da voz é algo importante em um ponto desse. Não é isso, Nélson?

[NÉLSON] Sim.

[SULIVAN] A velocidade da voz e o volume.

[NÉLSON] Sim.

Vamos dar um exemplo bem prático agora, mesmo que seja um exemplo de vida que representa tudo isso.

Lembre-se de como é conversar com um adulto e de como é conversar com uma criança. Existe uma mudança completa dentro do tom de voz, dentro da escolha dos vocabulários e até mesmo da forma como você a seduz.

E outra. Aprenda com a criança a forma como ela o seduz. Perceba que a criança tem o seu carisma natural, mas longe de imaginar que a criança é um ser absolutamente ingênuo e inocente. Está bom?

Eu acho que isso daí é um erro, porque a criança joga. Quando ela quer alguma coisa, chega e chama, não de papai, mas de papaizinho.

[SULIVAN] E seduz com facilidade.

[NÉLSON] Mas com uma facilidade. Veja. Ela usa o carisma e tem consciência dessa competência. Uma criança, com um beijo no rosto do pai, consegue o que quiser. Não é verdade? A criança que é educada, que sabe conquistar, tem tudo em mãos.

Como ela vai conquistar isso daí? Sendo afável, sendo dócil.

Então imagina isso. Quando eu lido com uma criança, eu simplifico a minha linguagem, eu sou objetivo, eu sou claro, eu atendo as perspectivas dela para que ela atenda as minhas.

Isso não significa tratar infantilmente as pessoas com quem você lida, mas ao contrário você vai trabalhar essa sensibilidade, valorizando e reconhecendo que isso existe e trazendo isso para dentro da relação.

Eu vou lidar com uma criança da mesma maneira como eu lido com um adulto?

É lógico que vocês têm maturidades diferentes e consequentemente responsabilidades diferentes. A relação de conquista de uma ação por parte da criança, para que ela conquiste alguma coisa, é importante que ela tenha uma relação com você de confiança e que ao mesmo tempo vocês saibam se relacionar.

Ser afável, ser em até algum momento doce, não precisa ser algo artificial, mas pode sim, ser algo bem trabalhado.

Use a criança como exemplo.

[SULIVAN] Perfeito. Linguagem, relação, persuasão e carisma constroem confiança.

Resumindo foi esse o programa de hoje, né, Nélson?

[NÉLSON] Foi exatamente sobre isso que nós falamos.

[SULIVAN] Perfeito.

— Cuidado com o seu tom.

— Verifique a sua linguagem.

— Escolha as palavras.

— Cuidado com a velocidade também. Não é isso?

[NÉLSON] Sim, está certo. Muito cuidado com a velocidade em tudo.

[SULIVAN] E agora nós vamos para a segunda parte do nosso programa que é a dica do professor. Aquele momento em que a gente sempre se diverte e aprende alguma coisa com o professor Nélson Sartori. E aí, Nélson, o que vem hoje na dica do professor?

DICA DO PROFESSOR

[NÉLSON] Eu vou falar sobre uma questão que muitas vezes, na fala, não percebemos, mas que, na escrita, tem de ser bastante respeitada: quando usar o verbo HAVER.

— Olha, HÁ alguém, aqui.

Então eu estou usando o verbo HAVER. Ali eu tenho o quê? Esse A com H.

Muitas vezes, como o som de H não aparece, nós confundimos isso daí com outras situações.

Vamos ver um exemplo prático para eu poder mostrar para vocês como esse A com H pode representar verbo HAVER.

— Neta sala HÁ muitas pessoas.

Então o verbo HAVER ali "HÁ muitas pessoas".

Ou então eu posso representá-lo indicando o passado.

— Eu não vejo você HÁ duas semanas.

Perceba que, no som do que eu estou falando,

É praticamente impossível você distinguir se esse A é com H ou sem H. Por sua vez, esse A sem H, eu posso usá-lo para o tempo futuro. Olha só a relação.

— Eu não vejo você HÁ duas semanas.

E agora eu vou para o futuro.

— Eu verei você daqui A duas semanas.

Qual a diferença?

Primeira, quando eu uso passado, é o A com H. Segunda, quando eu me reporto ao futuro, ele é o A sem H.

Vejam que, dentro da relação de conversa, eu digo para vocês assim:

— Eu não vejo você HÁ duas semanas.

Ou então:

— Eu falei com você HÁ duas semanas.

Qual seria o erro de se cometer quando você falou assim?

— Eu falei com você HÁ duas semanas atrás.

Para que esse "atrás"? Você já expressou pelo verbo a ideia de passado.

A questão é que, quando você vai escrever, você tem uma questão ortográfica.

Todas as vezes em que eu me reporto ao passado, eu devo usar esse A com H.

Todas as vezes que eu me reporto ao futuro, eu uso o A sem o H.

É uma questão de ortografia que na escrita é importante, porque ela muda o significado. Porém na fala, sonoramente, isso aí acaba não acontecendo.

Dentro desse A com H, outro erro bastante comum é a confusão desse verbo com o verbo TER. Vejam, quando eu digo:

— HÁ muita gente nessa sala.

Eu estou dando a ideia de existência. Existe muita gente. HÁ muitas pessoas, EXISTEM muitas pessoas.

Qual é o erro que normalmente nós cometemos? Nós dizemos o seguinte.

— Nesta sala TEM muita gente.

Porque que o TER está errado? Porque o TER é posse.

Então vamos resumir rapidinho para que o erro não aconteça.

Todas as vezes que você tiver de usar o HAVER e o TER e tiver dúvida, tente usar os dois. Todas as vezes que você puder utilizar os dois ao mesmo tempo, HAVER e TER, é porque o TER está errado.

Então pense assim:

- Nesta sala HÁ muita gente. Nesta sala TEM muita gente.

O TEM está errado.

Só quando puder usar os dois ao mesmo tempo, só der para usar o TER, aplique ele. Por exemplo:

— No meu bolso HÁ dinheiro. No meu bolso TEM dinheiro.

Deu para usar os dois? É o HÁ. Agora:

— Eu tenho dinheiro.

Dá para dizer:

— Eu HÁ dinheiro.

Não. Então é simples.

Não troque, não confunda mais esse tipo de estrutura. O verbo TER dá ideia de posse; o verbo HAVER de existência. Para você checar, coloque os dois dentro do contexto e veja aquele que se encaixa melhor.

Essa é a nossa dica de hoje e o nosso momento. Agora nós vamos para o momento final com o Sulivan França, no Minuto do Coaching.

MINUTO DO COACHING

[SULIVAN] Perfeito.

No Minuto do Coaching hoje, eu vou fazer uma pergunta para desafiar um pouquinho.

[NÉLSON] Oba. Manda lá.

[SULIVAN] Já que falamos que, para a capacidade de persuadir, é preciso tomar cuidado com o tom, com a linguagem, com as palavras e com a velocidade, vamos deixar a pergunta para o nosso ouvinte refletir até a próxima semana.

O QUE HÁ ENTRE ESSES QUATRO PONTOS PARA SER DESENVOLVIDO NA SUA CAPACIDADE DE PERSUADIR?

[SULIVAN] Pense sobre isso. Esses são os quatro pontos que nós falamos hoje, na capacidade de persuasão, na Dica do Professor e no Minuto do Coaching.

Acesse nosso site. www.acertarehumano.com.br.

Ótimo Dia do Trabalhador para todos vocês e para todos nós aqui também, na Rádio Mundial. Um grande abraço! Nos encontramos na próxima quinta-feira às sete horas da manhã.

[NÉLSON] Um abraço a todos vocês!

Quem quiser saber um pouquinho mais sobre português e linguagem, vá lá no meu site. sartoriprofessores.com.br. Tudo aquilo que falamos de português vocês encontram lá também.

Um abraço a todos e bom Dia do Trabalhador! Sulivan, bom Dia do Trabalhador, Evaldo. Bom dia a todos!

♪ [tema acertar é humano] ♪

Você ouviu pela Mundial o Programa Acertar é Humano. Apresentação Sulivan França e Nélson Sartori. Uma produção da Sociedade Latino-Americana de Coaching, a elite do coaching no Brasil.

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058 - Programa Acertar é Humano: de 04/06/2015

#058

No feriado de 04/06 o professor Nélson Sartori abordou o tema “As principais queixas dos empreendedores”. Quais são as dificuldades que o novo empreender enfrenta quando vai abrir um negócio?

057 - Programa Acertar é Humano: de 28/05/2015

#057

Exemplos de como algumas ideias consideradas absurdas que se tornaram negócios de sucesso. Empreendedorismo, negócios, uma situação profissional diferenciada depende da sua ousadia, disposição e uma boa ideia. O professor Nélson Sartori aborda algumas ideias “estranhas” que deram muito certo como negócio.

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