Revista Exame publica matéria sobre coaching - Os sinais de que o coach pode ser picareta

Oferta de serviços de coaching prolifera no país; confira os cuidados que você deve ter na hora de escolher, de acordo com dois especialistas

São Paulo - Basta fazer uma pesquisa rápida no Google para notar a explosão da oferta de serviços de coaching no Brasil. E segundo, José Augusto Figueiredo, presidente do ICF (International Coaching Federation) Brasil e vice-presidente de operações da LHH/DBM para a América Latina, há espaço para o crescimento deste mercado. "Na América do Norte e Europa são 40 coaches em atividade para cada milhão de habitantes, segundo pesquisa do ICF. No Brasil, são 4 coaches para cada milhão de habitantes e a média mundial é de 7 por milhão", diz Figueiredo. Com o número de profissionais que oferecem serviços de coaching em alta, alguns cuidados se fazem necessários na hora de decidir quem contratar . O risco é cair em armadilhas, gastar dinheiro e tempo com profissionais não qualificados e, não conseguir os resultados desejados na carreira. Confira alguns dos sinais de que o coach pode ser picareta, segundo especialistas:

1. Ele diz ser coach, mas faz consultoria

Muita gente confunde, mas há uma clara distinção entre os serviços de coaching e os de consultoria. "Durante um processo de coaching, a pessoa é provocada a refletir, mas deve encontrar as respostas sozinha. Na consultoria, o profissional recebe o caminho das pedras", explica Figueiredo. Portanto, se o que você procura é mesmo um processo de coaching, fuja de profissionais fazem aconselhamento de carreira, dizendo o que você deve fazer. "Há consultores que, ao lerem um livro sobre coaching, identificam semelhanças entre ferramentas usadas em planejamento estratégico para empresas, e passam a nomear o seus serviços como coaching", diz Sulivan França, presidente da SLAC Coaching (Sociedade Latino Americana de Coaching) .

2. Ausência de formação

O alerta vermelho acende para profissionais que não têm formação. Por isso, um dos cuidados mais importantes, na opinião dos dois especialistas consultados, é checar a qualificação do profissional que oferece serviços de coaching. "O ideal é perguntar qual a formação dele como coaching e a escola que fez", diz Figueiredo. França recomenda ainda que seja verificado se a especialização do profissional está alinhada à demanda que você tem. "Se o que você procura é coaching executivo, veja se isto faz parte da especialização dele como profissional", diz França.

3. Ele não é vinculado a nenhuma organização

Coaches que "engasgam" na hora em que você perguntar sobre credenciais e certificações em instituições de coaching devem ser encarados com muita desconfiança. " Tem muita gente trabalhando sem ter credencial", diz Figueiredo. Dê a devida importância para este aspecto, uma vez que obter a certificação profissional de coach em organizações reconhecidas não é tão simples assim. "O ICF, por exemplo, é bastante criterioso ao conceder a credencial, os coaches precisam enviar todas as informações, fornecer a lista de clientes, dizer quanto foi cobrado e é feita uma auditoria", diz Figueiredo.

4. Ele se recusa a oferecer referências do seu trabalho

A chave para ter certeza de que a pessoa está preparada para prestar serviços de coaching está na sua lista de clientes, dizem os especialistas. Não contrate um profissional que não forneça referências que comprovem o calibre de sua experiência. "Peça para ele indicar 3 pessoas que foram suas clientes. Se o potencial cliente é um CEO, deve buscar referências do coach com outros CEOs", diz Figueiredo. "A referência é muito importante, ninguém melhor os clientes para falar sobre a atuação do coach", concorda França.

5. O coach afirma que a experiência corporativa é a sua principal credencial

Para um mentor ou conselheiro de carreira, a experiência corporativa é a grande credencial. Mas, dizem os especialistas, esta máxima não vale para os serviços de coaching. "Há uma tendência errada de as pessoas procurarem profissionais que tenham muita experiência de vida", diz Figueiredo, lembrando que a experiência que deve ser levada em conta na hora não é corporativa e, sim, a de coach. "Não é preciso entender do negócio, e até melhor que não entenda, porque do contrário a probabilidade de ele partir para o aconselhamento é maior", diz França.

Fonte: Exame.com 

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