Escrito por Sulivan França - 10 de Fevereiro de 2014

Quero incluir mais alguns tipos de perguntas para as quais não encontrei nenhuma categoria óbvia, mas que podem ser muito eficazes. Uma das impressões errôneas que as pessoas têm ao serem apresentadas ao coaching não diretivo é que o coach deve ser gentil com o player, que o coach não pode ser duro. O empenho dos players com aspectos específicos e o comprometimento deles são partes do conjunto de recursos.

  • (1)    Seja específico;

(2)    Comprometa.

Se você estiver completamente concentrado e interessado no aprendizado do seu player, seu instinto natural de coaching – Self Dois – vai se manifestar, e você fará uma pergunta apropriada. De qualquer forma, não importa muito se você cometer um erro. Coaching não é uma prova na qual você só tem uma chance. Se uma pergunta não funcionar, faça outra. Só há um tipo de erro que você pode cometer no coaching: danificar irreparavelmente o relacionamento.

Finalmente, nesta seção sobre perguntas, não se preocupe com a pergunta “certa” a fazer; não fique emperrado nas suas dúvidas ou nos modelos, simplesmente fique interessado; se você ficar emperrado, a sua atenção se voltará a si mesmo, e não ao player.

Pós-escrito

A questão da distância é importante no coaching.

Quando um player está envolvido num assunto difícil ou emocional, não há distância. Ele é realmente o problema. Lembro-me de estar no andar de cima de um ônibus de Londres, viajando pelo West End no meio do trânsito pesado. À medida que o ônibus se aproximou de uma esquina, pude ver, antes mesmo de acontecer, que estávamos indo para um completo impasse.

Quatro carros na junção das ruas conseguiram entrar numa posição da qual não conseguiam sair facilmente. De cima do ônibus, era fácil ver a solução. Se o carro azul fosse para trás só um pouquinho, o carro vermelho poderia... Contudo, para o motorista do carro azul, a questão era outra. Ele ficou bravo e frustrado: “Só me faltava isso, justamente quando estou atrasado. De que lugar esse @*^!> no carro vermelho veio? Devia ser proibido de dirigir...”. O motorista do carro vermelho se tornou o problema. Se ele pudesse ver – o impasse e a si mesmo, do topo do ônibus -, também poderia ver a solução.

O trabalho do coach eficaz é transferir o player – o motorista nessa analogia – do engarrafamento para o topo do ônibus, para conseguir alguma distância. Usei a analogia do quebra-cabeças na descrição do modelo GROW. Aqui é a mesma coisa – refiro-me a aumento de consciência. O processo de falar com o coach e então ter um bom retorno, por meio do resumo ou de um leve movimento de sobrancelha, de simplesmente ser entendido, pode criar essa distância.

Myles Downey, em Coaching Eficaz, editora CENGAGE Learning, 3ª edição, 2010. 

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